Objetivo é promover a harmonização de todo o corpo e não focar a penas na doença.

Fotos: Ligita Tesser/JdeB
Abandonada em um sítio na Linha São Paulo, em Francisco Beltrão, uma cadelinha, de tanto se arrastar no asfalto, ficou com a barriga toda lesionada. A pequena tem paralisia dos membros pélvicos. A médica veterinária Idiane Dall Alba Bomfim, do Rancho Pet, a está tratando. Dra. Idiane é adepta da medicina veterinária chinesa como forma de complementação da medicina veterinária convencional.
A Medicina Veterinária Tradicional Chinesa usa milenarmente a acupuntura para restabelecer a saúde do paciente. A visão dessa ciência médica é tratar o paciente através do equilíbrio energético sistêmico.

do Rancho Pet, de Beltrão.
Dra. Idiane destaca que, quando o animal está enfermo, os sinais clínicos aparecem porque há um desequilíbrio de sua energia vital. “A medicina chinesa visa o reequilíbrio do paciente, agindo diretamente na causa da enfermidade e não somente nos sintomas”, frisa.
Durante o tratamento do animal, o médico veterinário especialista pode associar outras técnicas ou somente a acupuntura para promover o reequilíbrio do organismo, como, por exemplo, eletroacupuntura fitoterapia, moxabustão, dietoterapia e farmacopuntura. A técnica da acupuntura compreende utilizar pontos existentes no corpo, tendo em vista que eles estão ligados diretamente a um órgão.
Segundo Idiane, ao estimular esses pontos por uma agulha, eles fornecem uma resposta positiva em relação a dores e doenças diversas. “Assim, cada local onde a agulha é aplicada no animal gera um estímulo em seu organismo, colaborando para a cura de diversas doenças”, esclarece.
A acupuntura veterinária faz parte da medicina complementar, ou seja, ela entra para ajudar a terapia convencional. O uso e a frequência das medicações são discutidas entre os profissionais visando o bem-estar animal.
O uso da acupuntura tem restritas contraindicações, por exemplo, a inserção de agulhas sobre dermatites ou áreas tumorais. Dra. Idiane diz que também não é recomendável fazer durante a fase aguda da cinomose, somente na fase crônica, ou tardia. “O próprio médico veterinário especialista em acupuntura veterinária fará as perguntas necessárias para identificar se o tratamento é ou não adequado para seu pet, por isso é sempre essencial procurar um profissional”, orienta a médica veterinária.
Como é a acupuntura veterinária?
As sessões de acupuntura veterinária duram entre 20 e 40 minutos, mas isso depende de cada paciente. No início do tratamento, as sessões variam entre uma ou duas vezes por semana, porém isso vai depender do quadro e da gravidade da doença. “A duração do tratamento vai depender muito da patologia do animal, sendo necessárias entre quatro a oito sessões para avaliação da resposta individual de cada paciente. Após o tratamento, pode ser feito um controle quinzenal ou mensal dependendo de cada animal”, esclarece a médica veterinária.

Benefícios da acupuntura
A acupuntura veterinária pode ser feita em todas as espécies de animal. Em geral, a terapia é indolor e o animal pode até dormir durante a sessão. Idiane conta que a terapia pode ser usada como tratamento principal ou como complemento à medicina veterinária convencional. “Muitas vezes é indicada para substituir gradativamente medicamentos alopáticos, cujos efeitos colaterais são incompatíveis para o animal, principalmente os idosos. Essa terapia não trata apenas a doença, mas o organismo como um todo, promovendo a harmonização do corpo”.
O Mundo Animal do Jornal de Beltrão continuará abordando assuntos relacionados à medicina veterinária chinesa nas próximas edições.

A acupuntura ajuda a curar várias doenças, alguns exemplos:
– Doenças musculoesqueléticas (artrites, artroses, traumas, hérnias de disco, espondilose, displasias);
– Doenças dermatológicas (alergias, desordens autoimunes);
– Doenças pulmonares;
– Doenças gastrintestinais (gastrites, enterites, constipações, cólicas);
– Doenças neurológicas (epilepsias, sequelas de cinomose, acidentes vasculares cerebrais);
– Doenças geniturinárias (incontinência urinária);
– Recuperação pós-cirúrgica;
– Processos crônicos e agudos de dor por diferentes causas, sendo indicada, inclusive, para neoplasias, visando amenizar o sofrimento e proporcionar o bem-estar do animal, pois, além de promover analgesia, a terapia estimula o sistema imune e pode ser usada em associação ao tratamento convencional.