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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Administradores judiciais estão comandando a Gralha Azul Avícola

Othmar Rempel e Cezar Scherer vão completar um ano à frente da empresa.

Um dos produtos da Gralha Azul Avícola.

Desde 14 de abril de 2020 a Gralha Azul Avícola de Francisco Beltrão está sob o comando do gestor judicial Cezar Scherer e do executivo Othmar Rempel, de Marechal Cândindo Rondon e de Cascavel. Eles foram nomeados pela juíza Josiane Catusso Lopes, da 1ª Vara Cível e da Fazenda da Comarca de Francisco Beltrão. Entre os planos dos novos administradores, há a  implantação da nova indústria de ração, para avicultores parceiros. 

Os novos gestores foram nomeados para continuar a administração e ajudar a empresa que se encontra no regime de falência continuada desde 1997, conforme decisão da Justiça, finalizar processo judicial, com demais envolvidos (Próprios falidos/Síndico/Credores) que não tem prazo, assim podendo a  empresa levantar a situação de falência.A empresa continua funcionando normalmente, mantém 169 funcionários e 49 avicultores integrados nos municípios de Francisco Beltrão, Ampere, Baracão, Pinhal de São Bento, Salgado Filho, Manfrinópolis e Flor da Serra do Sul. A Gralha Azul já chegou a ter cerca de 300 funcionários no passado em vários setores.

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Presença marcante
A empresa tem importante participação no fornecimento de ovos para consumo humano nos supermercados locais e da região. A Gralha Azul, que completará 50 anos em novembro de 2021, se dedica à produção de ovos férteis e comerciais, entre eles comuns, orgânico, caipira e com ômega3 e selênio. Nasceu no começo da década de 1970, antes de o Brasil se tornar uma potência mundial na produção de ovos, pintainhos e frangos.

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O incubatório, que fica em anexo à sede administrativa da empresa, no Bairro Guanabara, está parado. A Gralha Azul era, até alguns anos, importante fornecedora de pintainhos para empresas integradoras do Paraná. As oito granjas da Gralha Azul, localizadas nas linhas São João e Menino Jesus, continuam produzindo ovos férteis com parceiros.

Aumento dos custos
Os altos custos de produção estão afetando a empresa avícola. É que o preço da saca de milho e soja aumentaram muito nos últimos seis meses por conta da desvalorização do real frente ao dólar e ao aumento das exportações destas duas commodities.

Milho e soja são dois dos principais componentes para a fabricação de ração que é fornecida às matrizes (galinhas).  Com isso, a margem de lucro da empresa vem diminuindo. O aumento dos custos de produção atinge de um modo geral as empresas avícolas brasileiras.Hoje, a dúzia de ovos nos mercados está variando de R$ 5,60 a R$ 6,80. “O preço normal, se fosse levado em conta os aumentos do custo de produção seria acima de R$ 8 [a dúzia]”, frisa Othmar Rempel.

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Por causa disso, há empresas diminuindo o alojamento de galinhas para a produção de ovos férteis ou para consumo humano – prática já adotada por integradoras do Rio Grande do Sul. Cezar Scherer prevê que haverá redução na oferta do produto nos próximos meses. A diminuição nos alojamentos só é percebida pelo mercado num prazo de quatro a seis meses. Apesar dos aumentos no varejo, a demanda pelo produto tende a se manter porque o ovo é um alimento barato se comparado com outras proteínas animais e ao aumento do custo de vida no Brasil.

Situação das finanças
Cezar Scherer diz que a situação financeira da Gralha Azul é difícil. “A gente assumiu com bastante débitos. Mas ela ainda é administrável”, ressalta. Há ações judiciais contra a empresa dos Banco Bamerindus (que foi comprado pelo HSBC) e Banco do Brasil. A relação entre dívidas e bens da empresa ainda é favorável à Gralha, ou seja, o patrimônio ainda é maior. “Foi feita a avaliação de mercado e do patrimônio e o patrimônio ainda supera [as dívidas]”, observa Scherer.

As dívidas cobradas pelos bancos e os débitos tributários entraram no processo de falência continuada. Já as ações por créditos trabalhistas são poucas. Para os administradores, no aspecto trabalhista a situação mais tranquila.

Cezar Scherer e Othmar Rempel residem no Oeste do Paraná e passam a semana em Francisco Beltrão. O trabalho de ambos é remunerado pela empresa. Eles já trabalharam na reestruturação da Dip Frangos – ex-Frigorífico Diplomata –, que tem unidades em Cascavel e Capanema, e também teve problemas judiciais. Cezar, que foi professor da Unioeste em Marechal Cândido Rondon, também atuou, por nomeação judicial, no processo de falência da Faville Biscoitos, de Marechal Cândido Rondon. “Por isso, temos experiência como administrador judicial”, ressalta.

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