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Adriane Israel e Gilberto Francisco Ceretta dizem ter percebido uma visível melhora no filho João Pedro, 7 anos, estudante da Escola Betel, após o retorno das aulas presenciais. Eles também são pais de Júlia Louise, 7 meses. “Sou favorável porque vivenciei o ano de 2020 sem as aulas presenciais, isso influenciou no comportamento do meu filho; de alegre se transformou em melancólico. As aulas presenciais vão além do contato do aluno e professor, isto é, do pedagógico, da investigação, da aprendizagem. As crianças e jovens necessitam fazer parte de um grupo social, se auto afirmarem e o ambiente escolar propicia isso. Também, por mais que a tecnologia possa propiciar remotamente um cenário de aprendizagem, nunca será similar ao ensino presencial pelo conjunto de vivências que o mesmo transmite”, afirma Adriane.
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Ela acrescenta que o impacto da ausência no ensino presencial é muito maior nas crianças e jovens, pois muitos só têm esse momento de interação social, além da família. “O simples ir pra escola já traz uma variedade de sensações, seja por novidades a contar ou ouvir de colegas. O ensino remoto ou virtual é interessante e produtivo para adultos, mas para os pequenos acaba sendo muitas vezes uma tortura, seja pelas limitações da tecnologia, o ambiente onde assistem as aulas ou a carga de tarefas que são enviadas.”
Segundo Adriane, muitos afirmam que é necessário resguardar os estudantes da Covid, mas se observar em países europeus, principalmente onde a proporção de óbitos pela população total é muito maior que no Brasil, verifica-se que a educação é uma atividade essencial. “Foi assim em tempos de guerra. Fico triste em ver que no Brasil a educação é tratada desta forma.”
Em 2020, João Pedro teve somente aulas remotas. “Mesmo com o esforço de professores e qualidade de materiais, era uma luta motivacional para que ele assistisse e participasse. É inevitável a comparação entre o remoto versus presencial. Em 2021, a escola, que é particular, retomou as atividades presenciais. Praticamente não há contato físico entre alunos, é medida a temperatura na entrada da escola e todos higienizam as mãos com álcool em gel antes de entrar nas salas. As crianças aprendem rápido as normas e até ajudam a fiscalizar algum descuido por parte de algum colega.”
Ela acredita que, com responsabilidade, não haveria aumento de contaminações e sim uma melhoria no bem-estar. “A escola não é um local que irá disseminar o vírus; as crianças seguem regras tão bem ou melhor do que adultos. Hoje meu filho está mais calmo, com qualidade do sono, está se alimentando melhor, só coisas boas depois que ele voltou pra escola.”