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quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Agricultor caiu do espalhador de adubo, bateu a cabeça e passou mais de 30 dias confuso

Depois de uma queda, agricultor Bernardino Casanova confundia arroz e feijão com sopa. Foram mais de oito meses de tratamento até voltar a trabalhar.

Marisa e Bernardino gostam de passar o tempo sentados nesse banco, feito com as rodas da carroça que ganharam de presente de casamento dos pais da Marisa.

Hoje vamos contar uma história acontecida com o agricultor Bernardino Casanova. Ele mora com a esposa, Marisa, e o filho, Marcos, na comunidade do Rio Tuna, em Francisco Beltrão. Foi num sábado, 7 de setembro de 2013. Era um dia normal de trabalho. Eles levantaram às 5h, tomaram chimarrão e depois o café. Daí foram tirar o leite e trabalhar nos dois aviários de perus. Às 7h30, chegou o vizinho Afonso Hobold. Ele estava com o trator e o espalhador de adubo pra espalhar adubo de peru num pedaço de terra do sítio do Bernardino. Era adubo de compostagem. 

Assim que encheram o espalhador, seguiram pra roça, num terreno com um leve declive. Então começaram a espalhar, mas, como o adubo estava bastante úmido, não estava descendo. Bernardino quebrou um galho de árvore e subiu em cima do espalhador de adubo, ficando numa altura de quase três metros. Com aquele galho, começou a cutucar no adubo. Deu certo, pois o adubo começou descer. Ainda na primeira volta, o pneu que estava na parte de cima do declive do terreno passou por cima de uma pedra. 

Com o impacto, virou o espalhador e Bernardino foi arremessado lá de cima com muita força. Caiu em cheio, de ponta cabeça na terra, e não se mexeu mais. Foi um susto muito grande e causou muito desespero. Marcos correu buscar o Fusca e os vizinhos Toinho, Deloir e Maria Desorde, com a filha Rejane, correram ajudar. Afonso e Marcos colocaram Bernardino no Fusca e saíram em disparada pro 24 Horas.

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Bernardino não se mexia, quando chegou em frente à BRF, ele começou a vomitar. Do 24 Horas, ele foi encaminhado, de ambulância, para o Hospital São Francisco. Lá, foi prontamente atendido pelo dr. Fábio Pietrowski, que fez uma tomografia. E apareceu no cérebro um coágulo de oito milímetros.

A situação era muito grave. Bernardino ficou três dias na UTI e dois no quarto do hospital. Ele levou muita sorte, pois poderia ter morrido, poderia ter tido um traumatismo craniano com risco de ficar numa cadeira de rodas. Era pra ter passado por uma cirurgia, mas como Bernardino foi uma pessoa que nunca bebeu e nem fumou, o próprio organismo, com os medicamentos, foi eliminando o coágulo. 

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Foram oito meses de tratamento para poder voltar a trabalhar. Bernardino diz que não sentia dor, só tontura. E só começou a lembrar das coisas depois de 30 dias que estava em casa. Marisa conta que, no primeiro dia em casa depois do hospital, na hora do almoço, ele pegou uma colher, comia arroz e feijão direto das panelas e dizia: “Que sopa mais boa”. Tanto Marisa quanto Marcos ficaram muito assustados vendo aquilo.

Mas, com o passar dos dias, Bernardino ia melhorando. Começou até a ficar divertido ver as coisas que ele fazia. Caía da cama durante a noite e, quando vinha visita, fazia sair do sofá pra ele deitar. Um dia, sua mãe Angélica (em memória) veio ajudar e, na hora de tirar leite, ela trancou a porta do quarto pra Bernardino não sair. Quando ela percebeu, ele tinha pulado a janela e já estava lá na estrebaria. 

Marisa diz que, no hospital, no dia do acidente, antes de ir pra UTI, foi dado um banho em Bernardino, mas o cheiro de adubo de compostagem é muito forte e, mesmo depois de estar limpo, o cheiro se alastrou pra sala toda, “coitadas das enfermeiras”, diz Marisa. No dia seguinte, Mário Casanova, irmão de Bernardino, foi visitá-lo na UTI. Quando chegou em casa, os vizinhos queriam saber notícias, e Mario dizia: “O Dino não passa de hoje, pois lá na UTI, levantei o lençol e ele já está fedendo”, mas ainda era o cheiro do adubo que não havia saído. 

Hoje, Bernardino é um homem muito feliz, está muito bem de saúde e não ficou com nenhuma sequela. Ele agradece a Deus por ter voltado pra casa, pra viver com a esposa, os filhos Marcos e Magalí, o genro Rosângelo e as netinhas Heloísa e Laís. Bernardino finaliza dizendo que agora comemora aniversário duas vez por ano, o dia em que nasceu é 7 de setembro.

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