Geral
A história de vida do agricultor Adir Alves Pereira é um exemplo de superação. Ele é natural de Vitorino (PR), está com 64 anos e desde os 8 já trabalhava na roça, ajudando seus pais. Adir casou com 19 anos e tem quatro filhos — Dilvan, Dirlane, Lucineia e a Lidiane. Em 2011 se separou da esposa.
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Ele já teve muitas profissões. Foi motorista de ônibus, caminhoneiro, pedreiro, empresário e já animou muito baile tocando acordeom e teclado. Mas também já faliu duas vezes, a primeira foi em 2002, quando fez um investimento pra criar suínos e não deu certo. Para poder pagar as contas, teve de vender tudo que tinha e ainda faltou dinheiro. Depois, começou a trabalhar com caminhão e também montou um mercado em São Lourenço do Oeste (SC), em 2007, e faliu novamente. As dívidas que ficaram eram altas.
Como Adir sempre foi uma pessoa honesta, simples e trabalhadora, começou a ficar muito estressado e com ansiedade, pois a pressão que recebia era muito grande. Então, devido a isso, teve problemas de saúde muito graves, começou a ficar fraco, com falta de ar e até desmaiar. Foi consultar e descobriu que uma veia do coração havia se rompido e o sangue que derramava atingia o pulmão.
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Em 2013, fez a cirurgia do coração em Curitiba. Quando chegou lá, já quase não conseguia mais caminhar. Foram sete horas de cirurgia. Foram feitas três pontes de safena e colocadas mais duas válvulas em seu coração. A cirurgia foi feita em uma segunda-feira, ele só foi acordar no sábado, às 22h. Diz que sobreviveu por milagre. A partir desse dia, teve de mudar seu estilo de vida, pois o máximo de peso que pode erguer é 15 kg. E tem de tomar seis tipos de medicamentos por dia, faz inalação e também usa a bombinha para respirar melhor.
Mesmo assim, não desistiu, foi em frente e continuou a trabalhar, seguindo todas as recomendações médicas. Deu a volta por cima e pagou todo mundo a quem devia. Hoje, Adir se consulta regularmente com o cardiologista dr. Antônio da Rosa, de Francisco Beltrão. Há seis anos, Adir mora sozinho em um sítio de dez alqueires na Linha Planalto, em Renascença — cinco alqueires ele arrendou e no outro pedaço planta milho e um pouco de tudo, tem até estufa.
Há um ano, iniciou uma nova atividade, começou a criar galinhas poedeiras. É um serviço leve, não precisa fazer força. Ele fez sociedade com seu genro Alexandre Menegate: Adir cuida das aves e o Alexandre vende os ovos. Hoje, eles possuem 400 galinhas e colhem uma média de 300 ovos por dia. As galinhas botam ovos das 9h até as 14h.
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Nos últimos 60 dias, está muito difícil ganhar dinheiro com ovos, pois o milho, concentrado e outros medicamentos utilizados subiram demais, só não estão trabalhando no vermelho porque Adir planta o milho em seu terreno. Eles vendem uma bandeja com 30 ovos por dez reais.
Adir espera que as coisas voltem ao normal. Ele fez o galinheiro todo cercado por tela, também fez vários piquetes para as galinhas comerem os capins e matos. Diz está muito feliz com a vida que tem, sempre ajuda as pessoas que precisam, também faz vários fretes com sua picape para os vizinhos irem até a cidade. E se dá muito bem com todos os filhos e com a ex-esposa. Adir diz que pobre é quem está em uma cama e não consegue levantar, se estiver bem de saúde e tiver vontade, tudo se ajeita.
