Nunca tantos produtos paranaenses, em volume, do setor foram enviados ao mundo.
Faep- Foi um ano de recordes. Mesmo atravessando uma pandemia que impôs uma série de restrições e de desafios logísticos, o agronegócio do Paraná terminou 2020 tendo exportado mais de 28,7 milhões de toneladas: 8,6% mais em comparação ao ano anterior e o maior volume embarcado em sua história. Em uma pauta de exportação bastante diversificada, os produtos agropecuários paranaenses chegaram a 203 territórios ou países – ou seja, praticamente ao mundo todo. Em volume, os principais destaques foram os produtos do complexo soja, carnes, produtos florestais e o complexo sucroenergético.
Embora os produtos agropecuários do Paraná cheguem a todo o globo, alguns países continuaram a se destacar como nossos mais importantes parceiros comerciais. Mais uma vez, a China ampliou suas compras externas, se consolidando como principal importador do agro paranaense. No ano passado, 40% do que o setor produziu tiveram como destino o gigante asiático. Apesar de a “cesta de compras” diversificada, o apetite chinês se voltou sobretudo à soja. O País importou 70% de toda a soja embarcada pelo Paraná: US$ 4,2 bilhões.
“A concentração de compras da China é imensa em soja em grão. Eles têm o maior parque de processamento do mundo, com capacidade para processar 148 milhões de toneladas por ano, mas só produzem 14 milhões de toneladas. Por isso, as vendas de produtos do complexo soja para a China são essencialmente grão”, diz Luiz Eliezer Ferreira, do Departamento Técnico Econômico (DTE) do Sistema Faep/Senar.
“Apesar de ter sido um ano difícil, com pandemia de novo coronavírus, conseguimos manter as nossas cadeias funcionando. Mesmo com os desafios, a produção e a logística não deixaram de funcionar, atendendo a demanda internacional, com qualidade e preço”, afirma o presidente do Sistema, Ágide Meneguette.
No ranking dos principais importadores de produtos do agro do Paraná aparecem Estados Unidos, em segundo lugar, consumindo 6,3% dos embarques – principalmente, em produtos florestais, Países Baixos (3,1%), Coreia do Sul (2,6%) e Japão (2,6%). Apesar de serem consideráveis, as participações desses países na comercialização externa de produtos paranaenses evidenciam a importância da China.
“A participação da China vem aumentando ano a ano. Temos que ficar de olho em tudo que acontece lá, na reação deles à pandemia, porque tudo lá tem impacto direto ao agro do Paraná”, analisa Ferreira. “E não são só os chineses. Dos 15 principais importadores dos nossos produtos, seis estão na Ásia”, acrescenta.
Outro fator que está diretamente relacionado ao aumento do volume exportado pelo Paraná é a demanda internacional intensificada pela pandemia do coronavírus. Ante os impactos causados pela Covid-19, muitos países tiveram suas cadeias produtivas afetadas e ampliaram sua demanda por alimentos. Para o agro paranaense, a crise causada pelo vírus foi uma prova de fogo, que constatou que o setor está pronto para lidar com condições adversas.
“Nós temos produtos de qualidade e produção em escala. Mesmo com todos os entraves, conseguimos suprir o mercado interno e ainda atender o mundo, nessa demanda internacional crescente. Isso mostra a nossa força”, disse Meneguette.