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domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Alta nos impostos assusta as micro e pequenas empresas do Sudoeste

Sebrae garante que o impacto vai ser pequeno, mas empresários se preparam para crise.

 

 

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 Maio mal começou e diversos setores da economia já apontam: 2015 não vai ser um ano fácil. Os impostos subiram, o combustível ficou mais caro, os governos cortaram recursos e estouraram greves por todo o país. Nesse cenário caótico, os Microempreendedores Individuais (MEIs), pequenos empresários que trabalham por conta própria, estão assustados.
“Isso complicou para a gente que é pequeno. Nós já trabalhamos com as empresas no limite, sem muita sobra, e essa carga tributária vai dificultar ainda mais”, lamenta Volmir da Silva, da I9 Informática, de Francisco Beltrão.
Volmir até comenta que a I9 ainda não sentiu a recessão com tanta força. “Mas temos previsões de piora. Vai reduzir o poder econômico e afetar até o trabalhador”.
Evandro Cordazzo, da construtora Vanin e Cordazzo Ltda. concorda. Segundo ele, a Caixa Econômica cortou linhas de crédito para financiamentos de construção, “e hoje, 99% das obras da construção civil são financiadas. Muitos clientes já avisaram que não vão mais fazer a obra porque não conseguem o financiamento”.
Apesar disso, a consultora do Sebrae, Claudineia Cabral, tenta tranqüilizar as pessoas. “As micro e pequenas empresas (MPEs) não vão sofrer tanto, elas são o motor da economia, não podem começar a fechar”, aposta.

Central Empresômetro aponta força dos MEIs
Levantamento sobre as micro e pequenas empresas, feito pela Central Empresômetro – medidor elaborado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação – confirma a estimativa de Claudineia. Só nos 42 municípios da região Sudoeste, 95% das empresas ativas são MEIs.
Além disso, só nos primeiros meses de 2015, 1358 novas MPEs foram registradas na região. Só em Beltrão foram 249, em Pato Branco 226 e em Dois Vizinhos 110.
Em todo o Sudoeste, o município que tem menor porcentagem de MPE em relação às empresas ativas é Clevelândia, que tem 91,2%. Um número que ainda é expressivo.
Nesse sentido, Claudineia do Sebrae concorda que existe uma recessão que vai afetar todo mundo, mas afirma que as micro e pequenas empresas não vão perder tanto espaço.

Sebrae e Banco do Empreendedor tem previsão para fim da crise
“Os setores que mais vão ser afetados são de veículos e imóveis. As pessoas vão segurar um pouco os gastos, o desemprego vai aumentar um pouco, mas aqui não vai ser tanto, porque a agricultura está tranquila”, conta Claudineia Cabral, consultora do Sebrae de Francisco Beltrão. Ela reforça sua ideia ao dizer que “as empresas vão sofrer um pouco em 2015, 2016, mas depois vai recuperar mais tranquilamente”.
Itacir Rovaris, do Banco do Empreendedor em Francisco Beltrão, faz coro à consultora. “A briga é mais política, quando se acertar isso, o país vai voltar a entrar nos eixos. Com algumas dificuldades financeiras, mas vai entrar tranquilo”, garante.
Além disso, Itacir diz que o emprego continua bom e que o que pode acontecer é as pessoas começarem a segurar mais os gastos, em função das notícias de crise. “Mas isso pode ser bom, porque o consumismo exagerado é ruim, deixa as pessoas endividadas e foi isso que começou com a crise”.
Itacir reforça as afirmações com números do Banco do Empreendedor de Beltrão, que manteve valores arrecadados e liberados estáveis. Segundo ele, é um sinal de que a economia não está tão mal.
Ainda assim, Evandro e Volmir, microempreendedores que estão vivendo o momento econômico na pele, não tem tanto otimismo. Mesmo que a crise passe com poucas restrições, Volmir da Silva prevê: são os pequenos, com o financeiro no limite, que mais vão sofrer.

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