Edenilson Lúcio adquiriu Bianca por meio de um criador de animais silvestres.

Com orgulho, Edenilson Lúcio lista todos os documentos da sua arara-canindé (Ara ararauna) chamada Bianca. Coberta por lindas penas amarelas, azuis e verdes, Bianca veio para Francisco Beltrão com microchip de identificação, laudo de veterinário, guia de transporte animal, anilha (anel) com o registro e nota fiscal. Legalizada, agora ela mora na casa do dono, mas tem um local exclusivo.
Atualmente com onze meses de idade, a pequena veio para Beltrão ainda com dois meses e foi adquirida, segundo Edenilson, em um criadouro de animais silvestres. A entrevista aconteceu na Zoopet, onde Edenilson, que é biólogo, trabalha. Todos que entravam no pet shop paravam para ver a beleza de Bianca.
De acordo com o dono, hoje em dia no Brasil existem vários criadouros de animais silvestres legalizados e a compra através desses locais é também uma forma de combater o tráfico. “O tráfico de animais silvestres é o terceiro maior no mundo, somente fica atrás do tráfico de drogas e de armas. Infelizmente, ainda há muitas pessoas que compram animais de forma ilegal, na beira de estrada, e é um animal que pode transmitir doenças, sem falar que é crime”, informa Edenilson.
A escolha por uma arara-canindé aconteceu porque Edenilson sempre gostou de animais silvestres e cuida deles quando os encontra machucados. O fato de ser biólogo facilitou no trato com Bianca, mas ele alerta que há dificuldades em criar um animal desse tipo. “Um animal como este não tem como devolver pra floresta e ele tende a desenvolver o comportamento natural dele. As aves precisam de cuidado ainda maior, porque elas são propensas a desenvolver doenças respiratórias e também é preciso estar muito atento para elas não fugirem”, ressalta o dono.

Expectativa de vida
Em cativeiro, uma arara-canindé vive em torno de 80 anos, no entanto, ao ar livre ela pode chegar aos 100 anos de vida. É da natureza desse tipo de ave ter mais vocalização no início da manhã e nos dias de chuva.
Cuidados
“Eu alimento ela com ração própria para aves e adiciono frutas para o cardápio dela. Também dou vegetais, porque ela se adaptou muito bem. Eu tento incentivar uma alimentação natural”, comenta Edenilson. Bianca tem uma gaiola, onde fica somente quando o dono está ausente. Do contrário, ela sempre fica livre em casa, por isso algumas penas de suas asas foram cortadas para evitar que ela voe muito alto e também carrega junto ao corpo um peitoral, que usa quando necessário, assim, se ela quiser voar, irá somente até um limite de extensão.
O biólogo conta que a arara gosta de ficar em lugares altos. “Com uma ave como a Bianca é preciso ter cuidado com o bico e com as unhas. As unhas precisam ficar aparadas, para que numa brincadeira ela não acabe se ferindo. Também é necessário dar bastante coisa para ela roer. Se a ave for viver no ambiente externo, ela precisa ter uma parte coberta no viveiro e uma parte de solário, assim ela pode escolher entre ficar na sombra, tomar sol ou tomar chuva”, aconselha Edenilson.