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Francisco Beltrão
sexta-feira, 13 de junho de 2025

Edição 8.225

13/06/2025

Animais e espiritualidade: Eles também têm alma

Frederico Vieira, presidente do Centro Espírita Mensageiros da Paz, fala sobre reencarnação.

“Podemos falar de reencarnação, seja para cães ou para qualquer outro animal. A diferença é que o tempo de permanência deles no plano espiritual é bastante curto”, comenta Frederico Vieira.

Os animais têm alma? Eles podem reencarnar? Quais as relações entre os bichinhos e a espiritualidade? Diante de tantas dúvidas, o JdeB entrou em contato com Frederico Vieira, presidente do Centro Espírita Mensageiros da Paz (Cemp), de Francisco Beltrão, para esclarecer algumas questões à luz da doutrina espírita. 

JdeB – Quais as relações entre os animais e a espiritualidade?
Frederico Vieira:
Quando falamos em espiritualidade, primeiramente há de considerar que os animais possuem alma. A alma é o elemento de integração do ser biológico com a espiritualidade. Em O Livro dos Espíritos, na pergunta 597a, Allan Kardec, o codificador da doutrina espírita, recebeu a resposta dos espíritos que os animais possuem uma alma. Todavia, “É, porém, inferior à do homem. Há entre a alma dos animais e a do homem distância equivalente à distância entre a alma do homem e Deus”. Isto significa que os animais evoluem, porém, de uma forma diferente do ser hominal. Eles não estão sujeitos à lei de causa e efeito, ou seja, não são educados pela dor por faltas anteriores (chamamos no Espiritismo de expiação), como nós. Todavia, segundo Emmanuel, por meio da mediunidade de Francisco Cândido Xavier, na obra “Alvorada do Reino”, “o animal caminha para a condição do ser humano, tanto quanto o ser humano evolui em direção do anjo”. Portanto, possui alma e, como toda criação de Deus, está fatalmente ligada à lei de progresso. Continua Emmanuel: “No reino animal, a consciência, à feição de crisálida, movimenta-se em todos os tons do instinto, no rumo da inteligência, objetivando a conquista da razão sublimada pelo discernimento”. Eles evoluem, dentro dos limites que sua condição oferece, mas rumo à consciência universal.

Especificamente sobre cães, é possível falar de reencarnação?
Claro. Novamente trazemos aqui o codificador Allan Kardec, na obra A Gênese. Ele analisa que “a alma dos animais segue uma lei progressiva como a alma humana; finalmente eles passarão um dia do reino animal para o reino hominal. Ainda Kardec, na Revista Espírita de março de 1860, perguntou aos espíritos: “Pode (um animal) aperfeiçoar-se a ponto de tornar um espírito humano? Responderam os espíritos: “Ele pode, mas depois de passar por muitas existências animais, seja no nosso planeta terrestre, seja em outros”. Portanto, podemos falar de reencarnação, seja para cães ou para qualquer outro animal. A diferença é que o tempo de permanência deles no plano espiritual é bastante curto. Em O Livro dos Médiuns, pergunta 283, os espíritos responderam à Kardec: “Depois da morte do animal o princípio inteligente de que nele havia se acha em estado latente e é logo utilizado, por espíritos incumbidos disso, para animar novos seres, nos quais continua a obra de sua elaboração, assim, no mundo dos espíritos não há errantes espíritos de animais, porém unicamente espíritos humanos”. Em resumo, quase imediatamente a alma do animal é classificada pelos espíritos e já utilizam em uma nova reencarnação (Pergunta 600 de O Livro dos Espíritos). 

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Chico Xavier tinha grande amor pelos bichinhos. Você se recorda de alguma história do Chico sobre esse retorno dos cães?
Chico Xavier tinha um amor declarado aos animais. Em toda a sua vida sempre foi acompanhado dos bichinhos, tratando-os seriamente como grandes companheiros de jornada. Conta-nos uma história que “Chico Xavier tinha uma cachorra de nome Boneca, que sempre esperava por ele, fazendo grande festa ao avistá-lo. Pulava em seu colo, lambia o rosto dele, como se o beijasse. O Chico então dizia: – Ah Boneca, estou com muitas pulgas! Imediatamente ela começava a coçar o peito dele com o focinho. Boneca morreu velha e doente. Chico sentiu muito a sua partida. Envolveu-a no mais belo xale que ganhara e enterrou-a no fundo do quintal, não sem antes derramar muitas lágrimas. Uma certa feita, um casal de amigos que conhecia este amor de Chico pela sua saudosa Boneca, resolveu presenteá-lo com uma cachorrinha muito parecida com a Boneca. A cachorrinha recebia afagos de cada um. A conversa corria quando Chico entrou na sala e alguém colocou em seus braços a pequena cachorra. Ela, sentindo-se no colo de Chico, começou a se agitar e a lambê-lo. – Ah Boneca, estou cheio de pulgas, disse Chico. A filhotinha começou então a caçar-lhe as pulgas, e parte dos presentes, que conheceram a Boneca, exclamaram: – Chico, a Boneca está aqui, é a Boneca, Chico! Emocionados, perguntamos como isso poderia acontecer. Chico respondeu: – “Quando nós amamos o nosso animal e dedicamos a ele sentimentos sinceros, ao partir, os espíritos amigos o trazem de volta para que não sintamos sua falta. É a Boneca que está aqui sim. Ela está ensinando a esta filhotinha os hábitos que me eram agradáveis. Nós, seres humanos, estamos na natureza para auxiliarmos o progresso dos animais, na mesma proporção em que os anjos estão para nos auxiliar. Por isso, quem chuta ou maltrata um animal, é porque ainda não aprendeu a amar”.

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