O emedebista disse que serão convocados à comissão médicos, especialistas, epidemiologistas, infectologistas, cientistas, laboratórios, agentes públicos…

Escolhido relator da CPI da Covid, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) afirmou que vai se pautar por uma atuação técnica e focada nos fatos, mas não poupou críticas ao ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello. Renan também aproveitou para criticar a Operação Lava Jato, que o investigou.
O emedebista disse que serão convocados à comissão médicos, especialistas, epidemiologistas, infectologistas, cientistas, laboratórios, agentes públicos, representantes de organizações de saúde e conselhos de medicina.Ele chamou a pandemia de tragédia e afirmou ter absoluta convicção de que a crise poderia ter sido atenuada com atitudes corretas.“Quem fez e faz o certo não pode ser equiparado a quem errou. O erro não é atenuante, é a própria tradução da morte. O país tem o direito de saber quem contribuiu para as milhares de mortes e eles devem ser punidos imediata e emblematicamente.”
Disse ainda que será imparcial na decisão, fazendo críticas à Lava Jato. O STF declarou o ex-juiz Sergio Moro parcial na condução do processo do tríplex, que levou o ex-presidente Lula (PT) à prisão por 580 dias.“A CPI, alojada em uma instituição secular e democrática, que é o Senado da República, tampouco será um cadafalso com sentenças pré-fixadas ou alvos selecionados. Não somos discípulos de Deltan Dallagnol, nem de Sergio Moro. Não arquitetaremos teses sem provas ou powerpoints contra quem quer que seja. Não desenharemos o alvo para depois disparar a flecha. Não reeditaremos a República do Galeão.”Aliados de Bolsonaro tentaram por diversas vezes impedir a nomeação de Renan. Não conseguiram
Primeiros passos têm Ministério da Saúde como alvo
O plano de trabalho do emedebista inclui a solicitação de todos os processos relacionados às aquisições de vacinas e insumos do Ministério da Saúde.Ele também sugeriu o pedido de toda a regulamentação feita pelo governo federal sobre isolamento social, quarentena e proteção da coletividade. Além de todos os documentos relacionados a medicamentos sem eficácia comprovada, tratamentos precoces e campanhas de comunicação do governo.
Renan também quer que as autoridades sanitárias de Manaus encaminhem os pedidos de auxílio e de envio de suprimentos hospitalares, em especial oxigênio, e convocar o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e os três ministros que o antecederam — Eduardo Pazuello, Nelson Teich e Luiz Henrique Mandetta —, assim como o presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres.
Composição da CPI
Governistas (4): Jorginho Mello (PL-SC), Eduardo Girão (Podemos-CE), Marcos Rogério (DEM-RO) e Ciro Nogueira (PP-PI).
Oposição/independentes (7): Humberto Costa (PT-PE), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Renan Calheiros (MDB-AL), Otto Alencar (PSD-BA), Omar Aziz (PSD-AM), Tasso Jereissati (PSDB-CE) e Eduardo Braga (MDB-AM).
Suplentes: Jader Barbalho (MDB-PA), Luis Carlos Heinze (PP-RS), Angelo Coronel (PSD-BA), Marcos do Val (Podemos-ES), Zequinha Marinho (PSC-PA), Rogério Carvalho (PT-SE) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE).