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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Aplicar na poupança é pouco atrativo, mas saldo em agosto é positivo em R$ 1,3 bi

“É hora de repensar as alternativas de investimento de médio e longo prazo.”


Faz um tempo que aplicar o dinheiro na caderneta de poupança não tem sido interessante. Com a mais recente redução da taxa Selic para 5,5%, o resultado para quem tem dinheiro aplicado nesta modalidade é quase nulo.

O professor André Comunelo, da Unipar, lembra que desde 2012 a poupança tem uma nova forma de remuneração, que está atrelada à taxa Selic, ou seja, se a Selic estiver acima de 8,5%, a poupança rende 6,17% ao ano mais TR (Taxa Referencial). Se ficar abaixo de 8,5%, a poupança rende 70% da Selic. “Então, quanto menor a Selic, menor é a remuneração da poupança”, sublinha.

O economista José Maria Ramos, professor da Unioeste, observa ainda que as recentes decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), em reduzir a taxa básica de juros da economia, segue um comportamento da dinâmica da economia mundial em que diversos bancos centrais estão praticando taxas de juros negativas.

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Contudo, ele salienta que apesar da redução da taxa Selic para 5,5%, o Brasil ainda ocupa a 8ª posição no ranking dos países com a maior taxa de juros reais. E o que é pior para o País, “as recentes quedas da taxa Selic e a perspectiva de reduzir ainda mais não tem gerado estímulos suficientes ao crescimento econômico, há ainda dificuldade de o Estado retomar sua capacidade de investimentos e a atividade econômica, principalmente a industrial opera com capacidade ociosa”.

Rendimento nulo
Dentro deste cenário, se até pouco tempo atrás investir em títulos da dívida pública representava a possibilidade de ganhos reais significativos, agora os ganhos reduziram, mas não deixaram de ser um investimento seguro. “É hora de repensar as alternativas de investimento de médio e longo prazo. A caderneta de poupança, que é um dos investimentos mais tradicionais das famílias brasileiras, perde competitividade quando a taxa Selic reduz, pois, a remuneração da poupança corresponde a 70% da referida taxa. Como a TR está em zero, a poupança passa a render 3,85% ao ano, valor que se aproxima da inflação projetada para 2019, que é de 3,45%, ou seja, o rendimento da poupança é quase nulo.”

De acordo com ele, a inflação passa a ser a maior inimiga da poupança. “Nesse cenário de juros mais baixos, o brasileiro precisa analisar e entender as diferentes alternativas que o mercado financeiro oferece como os depósitos a prazo, títulos públicos e o mercado de ações. Este último, requer maior entendimento de seu funcionamento em razão da volatilidade, que implica maiores riscos aos investidores. Portanto, é preciso analisar o mercado e encontrar investimentos que se adequam ao perfil do investidor.”

 

Entradas e saídas na poupança em 2019
Apesar de render quase nada, a caderneta de poupança ainda é uma das principais aplicações dos brasileiros. Em agosto de 2019, por exemplo, conforme dados do Banco Central, a quantidade de depósitos na poupança foi superior aos saques em aproximadamente R$ 1,3 bilhão. Em julho, a captação líquida tinha sido negativa em R$ 1,6 bilhão. No mês de agosto, o estoque total na caderneta de poupança chegou a R$ 806,387 bilhões.

Se considerar os oito primeiros meses do ano, a saída líquida de recursos da poupança foi registrada em cinco: janeiro, fevereiro, abril, maio e julho. Já os depósitos líquidos (superior às retiradas) ocorreram em março, junho e agosto.

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