Próximos 100 dias serão decisivos para consulta popular e licitação.
Foi um sucesso a audiência pública sobre a modernização da PR-280, que lotou ontem de manhã a Amsop de Francisco Beltrão. No dia anterior, foi em Pato Branco
“Nunca vi tantas sugestões, isto mostra o interesse da região, isso é positivo”, comentou o secretário estadual José Pepe Richa (Infraestrutura e Logística).
De fato, foram mais de 50 perguntas por escrito, e muitas delas acompanhadas de ideias como, por exemplo, usar as ambulâncias do Samu para socorro (daí se economizaria com as ambulâncias inerentes ao projeto), construir paradas exclusivas para caminhões, duplicar 20 quilômetros do trecho entre Beltrão e Pato Branco, antecipar as obras do acesso à UFFS de Realeza (estão programadas para o ano 6), preço de pedágio diferenciado (proporcionalmente) entre caminhões e carros de passeio, a formação de um comitê sudoestino para acompanhar as decisões administrativas do consórcio que vai operar a rodovia, etc. Até um helicóptero de socorro foi sugerido!
Daqui a cerca de 15 dias o projeto todo estará disponibilizado no site da Casa Civil -www.casacivil.pr.gov.br – e uma nova oportunidade de sugestões estará aberta. É a chamada “consulta popular”. Tudo que foi apresentado deverá ser analisado.
Basicamente, o que se propõe é que a iniciativa privada invista nas obras, e que haja pedágio (leia mais nesta página).
Pelas declarações de ontem, de políticos e lideranças da sociedade, a imensa maioria se posicionou a favor da cobrança como única forma de se ter uma rodovia melhorada, com mais sinalização, segurança, conforto. “Com essa modernização, melhorando nossa infraestrutura, podemos atrair mais investimentos”, comentou o presidente da Assembleia, Ademar Traiano (PSDB). O deputado Wilmar Reichembach (PSC) e o secretário Valdir Rossoni (Casa Civil) também discursaram na mesma linha.
Os contrapontos, mas reconhecendo a necessidade da iniciativa privada no projeto, se deram no sentido de que a cobrança não comprometa a produção regional. Um dos que argumentaram assim foi o prefeito de Dois Vizinhos, Raul Isotton (PMDB).
O representante do Fórum Regional das Entidades, Paulo de Souza, leu um documento contrário aos pedágios, defendendo investimento estadual.
Daqui cerca de 100 dias, junto com a consulta pela internet, o Comitê Gestor publicará o edital de licitação.
Duas novas realidades
E ainda não tem data para duas novas realidades que nasceram nas audiências sudoestinas – uma reunião com os técnicos do DER e técnicos indicados pelas entidades regionais. E uma nova audiência pública, especificamente para tratar de Marmeleiro. A dúvida: a rodovia deve passar por dentro ou por fora da cidade?
Lideranças do município se posicionaram que seja por dentro, como é hoje. O diretor-geral do DER, Nelson Leal, defendeu o projeto. Ou seja: a nova rodovia passará por fora da cidade.
o auditório da Amsop: a maioria dos presentes é a favor da modernização da PR-280.
Fotos: Badger Vicari/JdeB
Veja pontos sobre a proposta de modernização da PR 280
1. A proposta da PR-280 contempla a restauração de todo o trecho da rodovia, de Realeza a Palmas. Num primeiro momento, a restauração da pista e a construção das praças de pedágio – Realeza, Ampere, Francisco Beltrão, Renascença, Clevelândia e Palmas.
2. O preço do pedágio é inicialmente calculado da seguinte forma: 11 centavos por quilômetro. Como são 284 km, o total dá R$ 31,20. Este valor é dividido pelas seis praças, dá R$ 5,20. Membros do Conselho Gestor, do DER e do Governo do Estado acreditam que depois de publicado o edital e aberta a concorrência, o preço seja reduzido, devido à disputa. A rigor, qualquer empresa ou consórcio de empresas com condições técnicas pode dar seu lance. O preço é o critério decisivo para se conhecer o vencedor.
3. Os estudos técnicos do DER apontaram a recuperação do pavimento e a implantação de terceiras faixas como as medidas prioritárias para investimentos. O levantamento mostrou que 57% da rodovia apresenta condição ótima ou boa para o tráfego de veículos. Dentro da proposta de concessão, a perspectiva é que em um período de 2 a 9 anos, a execução de obras deixe a grande maioria do trecho em estado bom ou ótimo para as condições de tráfego. O total de anos da rodovia para a iniciativa privada é de 25 anos – até aí por 2042.
4. O projeto prevê um serviço para garantir a segurança e o conforto dos usuários da rodovia, com a construção de um Centro de Controle de Operações (CCO) e de quatro unidades do Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU); monitoramento de 100% do tráfego por circuito fechado de TV e com sistema de radiocomunicação; oferta de resgate mecânico, com guinchos leves e pesados, e de socorro médico, com ambulâncias; e instalação de 28 fiscalizadores de velocidade, painéis de mensagem veicular e um posto de pesagem.
5. Estão projetados, ao longo dos anos, 110 quilômetros de terceira faixa (atualmente são 60), duplicação da travessia urbana de Realeza, implantação de 6,2 quilômetros de vias marginais, 17 rotatórias, 10 interseções com viadutos e trincheiras, duas passarelas, correções geométricas de curvas e a instalação de 107 pontos de ônibus. Se a ideia do deputado Ademar Traiano for aprovada, mais 20 quilômetros extras de pista duplicada entre Beltrão e Pato Branco.
6. As metas do projeto indicam, por exemplo, que o contorno sobre Marmeleiro – uma polêmica que terá ainda desdobramentos – está planejado para o quinto ou sexto ano de funcionamento da nova rodovia. Se, numa hipótese, a modernização começar em 2017, a questão de Marmeleiro seria mexida entre 2021 e 2022.
7. Entre o ano sete e o oito, novas pontes. No ano 10 – 2027, nessa hipótese -, uma revitalização completa do trevo de Salgado Filho até o trevo da comunidade de Jacutinga.
