A avaliação é do professor Idair Marcello, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Unipar.

Professor Idair Marcello sendo entrevistado por Almir Zanette, ontem pela manhã, na Rádio Educadora.
Foto: Queli Oliveira/Rádio Educadora
No dia 1º de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro publicou um decreto no Diário Oficial da União fixando o salário mínimo em R$ 998 neste ano. O valor ficou abaixo da estimativa que constava no orçamento da União, que era de R$ 1.006. De acordo com informações do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócioeconômicos (Dieese), o salário mínimo serve de referência para o rendimento de cerca de 48 milhões de trabalhadores no Brasil.
Mas para Idair Marcello, coordenador do curso de Ciências Contábeis da Unipar, o reajuste no salário mínimo ficou bem aquém do ideal. Em entrevista para a Rádio Educadora, no programa Cidade Aberta, com Almir Zanette, ontem pela manhã, ele disse que ficou um pouco acima da inflação. “Realmente se esperava um aumento maior, que ultrapassasse os mil reais, mas houve um aumento de 4,6% em relação ao salário de 2018, passando de R$ 954 para R$ 998. A inflação em 2018 ficou em 3,69%. Então houve um pequeno ganho real, de quase 1%, que é aquele ganho que ultrapassa a inflação. Todo mundo gostaria que fosse um aumento maior. O novo salário mínimo representa um valor diário de R$ 33,27, um valor por hora de R$ 4,54, levando em conta a média de 220 horas de trabalho por mês”, disse o professor.
Segundo Idair Marcello, o salário mínimo do brasileiro deveria ser quase quatro vezes mais. “Segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), o salário mínimo em novembro de 2018 deveria ser de R$ 3.959, que seria o ideal para manter uma família com quatro pessoas. Então o salário mínimo está bem aquém do ideal.
Se a gente buscar desde a criação do salário mínimo, por Getúlio Vargas, em 1936, o salário mínimo deve atender às necessidades como alimentação, vestuário, habitação, higiene e transporte. Se for analisar hoje, o salário mínimo serve apenas para pagar o aluguel.
Para definir o salário mínimo, é preciso levar em conta a inflação do ano anterior e o PIB de dois anos anteriores. Em 2017, o PIB cresceu 1%. A projeção do PIB para 2019 é de crescimento de 2,53%”, avalia o economista.