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Francisco Beltrão
domingo, 01 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Avô e netos vão do Paraná a Rondônia em um Corcel 1970

São quase 3 mil km de distância.

Augusto Crestani está viajando de Verê para São Miguel do Guaporé (RO), a 2.800 km, num Corcel. A chegada em São Miguel está programada para hoje. Os netos Henrique e Bruno acompanham o avô nesta aventura.

Augusto Crestani, 82 anos, um dos pioneiros do município de Verê, e seu neto Henrique Crestani, de 22, saíram na manhã de terça-feira, 6, de Verê, com destino a São Miguel do Guaporé, em Rondônia, a quase 2,8 mil quilômetros de distância. Depois de rodarem por cerca de 680 quilômetros, eles fizeram uma parada em Ponta Porã (MS), para que o irmão de Henrique, Bruno Crestani, de 20 anos, também pudesse embarcar para essa aventura na estrada. Até aí, tudo dentro da normalidade. O detalhe que chama atenção é que a viagem foi feita a bordo de um veículo Ford/Corcel, fabricado em 1970. De acordo com as projeções de Henrique, eles devem chegar ao destino na noite desta sexta-feira, 9.

Movimento intenso
O que motivou a viagem é o fato de que Hermes Crestani, pai de Bruno e Henrique e filho de Augusto, que no passado residia em Verê, comprou o carro do professor de história e atual vice-prefeito, Luiz Miola (PDT). “O Hermes veio nos visitar, gostou da ‘máquina’, resolveu comprar e levar para Rondônia”, conta Luiz. Henrique foi para Verê justamente para buscar o carro, com a ideia de levar o Corcel rodando até o Norte do País. Essa viagem deve ter duração total de cerca de três dias, com todas as paradas necessárias, já que não se pode exigir demais do carro. O movimento intenso de carretas e veículos pesados entre o Mato Grosso do Sul e Rondônia é outro empecilho que pode causar atrasos. Bruno e Henrique são estudantes de medicina no município de Pedro Juan Caballero, no Paraguai. Augusto, é aposentado e reside em Barra do Marrecas, interior de Verê. 

Muito bom
Henrique afirma que, anteriormente a esse, seu pai já havia adquirido outro Ford/Corcel, que hoje está passando por um processo de reforma. “Ele comprou em Itapejara D’Oeste e o levamos rodando até Ponta Porã”, diz.  Sobre o Corcel com o qual estão indo para Rondônia, Henrique comenta que ele tem algumas peculiaridades que chamaram atenção. “É uma raridade, um veículo na cor vermelha, com quatro portas e num estado muito bom de conservação. Já que agora, nas nossas férias da faculdade, de qualquer maneira, iríamos até Rondônia, tivemos a ideia de buscar o Corcel para o pai. Convidamos o nosso avô e ele topou vir junto, apesar da distância”, diz. 

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Henrique (à frente), com o avô Augusto, o irmão Bruno e o Corcel ano 1970 numa estrada no Mato Grosso do Sul.

Paixão por antigos
O carro foi adquirido por Hermes há cerca de um ano. Ele conta que sempre teve paixão por veículos antigos e que, quando viu o Corcel de Luiz, logo pensou em fazer uma proposta para comprá-lo. Seus filhos também são apaixonados pelos carros antigos. “Eu e eles, todos temos essa paixão. Estou começando a fazer minha coleção e esse foi o primeiro que comprei. Meus filhos estão restaurando um outro, que é ano 1976”. A paixão é mesmo de família, já que o avô, Augusto, que sempre teve Corcel, diz que este ainda é seu carro preferido. “Comprei o primeiro por volta de 1972 e sempre fui apaixonado por Corcel. Ainda vou comprar outro e deixar do jeito que eu quero”, projeta.

Terra de oportunidades 
Hermes é engenheiro agrônomo e fala que as oportunidades de trabalho é que fizeram com que ele fosse residir no município de São Miguel do Guaporé. Formado no ano de 2000, no campus da Universidade do Sul de Santa Catarina (Unisul), de Tubarão (SC), ele diz que sempre teve o interesse de ir para o Norte do País para trabalhar. “Em 2012 eu comecei a pensar em vir pra cá. Cheguei aqui no dia 30 de junho de 2013. É uma região que sempre ofereceu muitas oportunidades para quem vem do Sul”, avalia. Ele trabalha na mesma empresa desde que chegou em Rondônia e diz estar muito contente de ter fixado residência naquela região. Vive com a esposa Juciani Damiani, que também é agrônoma. “Eu queria trazer mais gente do Sul, mas não é fácil. O pessoal tem uma paixão muito grande pelas cidades em que moram. O coração não as deixa sair do lugar”, completa. 

Sempre gostou de antigos
Luiz Miola conta que adquiriu o Corcel há cerca de dez anos, porque sempre gostou de carros antigos e para ter como uma relíquia, mas, por falta de tempo para trabalhar no carro e até mesmo para andar com ele, optou por vender. “Adquiri o carro em Coronel Vivida de um senhor que era o segundo dono e a ideia era restaurar desde o início. O Hermes tinha basicamente a mesma ideia que eu e me fez a proposta, então resolvi passar para ele”, conta. Outro motivo que o fez vender o Corcel, foi a falta de local para que pudesse conservar o carro protegido. “Acabei indo morar em apartamento e fiquei sem lugar para guardá-lo. Com o Hermes eu sei que o Corcel vai estar cuidado por gerações, o que ajuda a preservar um pouco da história da nossa região”, complementa.

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