Projeto que é mantido pelo Rotary Clube Dois Vizinhos Integração e está em atividade desde 2011.

Um dos grandes projetos do Rotary Clube Dois Vizinhos Integração é o banco ortopédico. Através dele, os duovizinhenses podem emprestar equipamentos ortopédicos como cadeiras de roda, cadeiras de banho, muletas, entre outros.
O projeto nasceu em 2011. “Nosso clube foi fundado em 2010, tendo como primeiro presidente Jair Galvan. Em 2011, quando o presidente era o Giovani Pagnoncelli, conhecemos vários clubes em outras cidades que tinham bancos ortopédicos e percebemos a necessidade de criar um projeto semelhante em Dois Vizinhos. Resolvemos começar e criamos, paralelamente, a nossa festa, a Butifest, para arrecadar fundos e investir no banco.
Com o tempo, a sede passou pela Pampeana, pela Paróquia Santo Antônio de Pádua e, depois, através do companheiro Sauli Bueno, instalamos na Precisa Software, que desenvolveu um sistema para controlar o banco”, explicou Jeferson Borges dos Santos, presidente do clube.
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Número de equipamentos
O rotariano Lair Dallagnol é o responsável pelo banco ortopédico e faz um balanço do total de equipamentos cadastrados (veja no box). “Eu entrei no Rotary e tinha objetivo de fazer parte, como voluntário, de algum projeto. Agora passei a cuidar do banco ortopédico porque eu vejo que temos que tratar isso com dedicação, com carinho. Temos 1.014 itens cadastros, sendo que 861 estão locados, 100 no estoque e 53 em manutenção. Um dos maiores pedidos são as camas hospitalares, que temos duas, as duas estão locadas e contamos com fila de espera. São números bastante expressivos para uma cidade de 40 mil habitantes”, avalia.
Ele também é responsável pela manutenção. “Já fiz visitas nas casas, inclusive, trocando peças. Tem pessoas que utilizam cadeira de rodas há 20 anos, eles recebem do poder público uma cadeira, mas precisam fazer manutenção, então, além das cadeiras do Rotary, estamos ajudando as que são dadas pelo poder público. A vida útil das nossas é pequena, porque elas são equipamentos temporários, não definitivos, um pouco mais fracos, por isso, optamos por uma cadeira de custo menor para servir mais pessoas por curto prazo. São ainda cadeiras de banho, temos 220 e 216 emprestadas. Quem usa cadeira de rodas, geralmente, também utiliza a de banho para facilitar o processo de tomar banho e também para fazer as necessidades”, explica.
A média de atendimentos mensais, entre fevereiro de 2020 e janeiro de 2021, ficou em 52,5 por mês. O pico foi em setembro de 2020, com impressionantes 164 atendimentos. O mês de junho foi o que menos teve atendimento: 28 pessoas procuraram o banco ortopédico. “Nos últimos 12 meses, me chamou a atenção, que em setembro tivemos 164 atendimentos. É totalmente gratuito”, explicou Lair.
Devoluções
O empréstimo não tem nenhum custo e é em forma de comodato. “A gente faz um contrato, pede alguns documentos e um comprovante de endereço. Um dos grandes problemas é que algumas pessoas pegam o equipamento, utilizam e não devolvem. Em alguns casos, entramos em contato por telefone, ligamos, visitamos, vamos atrás e, às vezes, encontramos cadeiras abandonadas, já encontramos cadeira em lixos, as pessoas não tem o devido cuidado. Mesmo quando a cadeira estraga, nós temos peças de reposição e seria fácil a pessoa ir lá pegar uma rodinha, substituir, ou mesmo solicitar essa alteração e a dificuldade é a manutenção do banco”, acrescenta Jeferson.
Mesmo diante desse cenário, o clube quer ampliar o banco. “Isso não desestimula a gente. A importância, o tamanho do projeto, faz com que o clube continue mantendo. Temos ótimas parcerias e muita gente que acredita no banco, inclusive, nossos amigos do Lions Clube de Dois Vizinhos que investe no nosso banco, os outros clubes de Rotary e muitas pessoas que param de utilizar equipamentos e doam para o banco ortopédico, muitos empresários também. Isso motiva o clube a manter o banco mesmo tendo essas dificuldades”, relatou o presidente.
SatisfaçãoLair ressaltou a satisfação ao conseguir emprestar os equipamentos para as pessoas que precisam. “A gente percebe no semblante das pessoas a gratidão que elas têm por ter um clube de serviço que se preocupa com o bem estar. Isso foge do poder público, porque, em alguns casos, o poder público não consegue atender essa demanda e, por isso, temos os clubes de serviço”, explica.
Adaptações
Com a pandemia, a Butifest não foi realizada em 2020, entretanto, o clube buscou 44 apoiadores que doaram R$ 350 para adquirir novos equipamentos e realizar a manutenção dos já existentes no banco ortopédico. “Foram compradas 20 cadeiras de rodas, 20 cadeiras de banho, 20 andadores e peças de reposições”, explicou Lair. O espaço está instalado na Rua Prudente de Moraes, 1190, no Bairro São Francisco de Assis no térreo (sede da Precisa Software).