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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Beltrão está livre da raiva graças à prevenção

No mês do “cachorro louco”, o veterinário dr. Angelo Menin alerta: basta se descuidar pra uma doença voltar.

Dr. Angelo Menin observa que, assim como a raiva,

há outros vírus que também afetam os animais e a

melhor forma de tratamento é a prevenção.

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A prevenção pode custar pouco e render saúde. “Uma vacina por ano é barato, quase que indolor, os efeitos colaterais são quase inexistentes e, geralmente, você tem um aumento da qualidade de vida do seu animal e um menor risco de contaminação por esses agentes, não só da raiva; existem outros vírus que também afetam os animais e a melhor forma de tratamento é a prevenção”, destaca dr. Angelo Menin, do Menin Centro Veterinário.

A raiva é uma doença viral, infecciosa e aguda, que acomete mamíferos, inclusive o homem. A raiva se caracteriza por promover uma encefalite progressiva bem aguda e com uma letalidade de quase 100%. É causada por um vírus do gênero Lyssavirus e da família rhabdoviridae. “A raiva é uma doença de extrema importância para a saúde pública, devido a sua alta letalidade. Pode ter seu ciclo urbano, sendo transmitida nas cidades tanto pelo cão, quanto pelo gato.”

A raiva é transmitida pela saliva de animais infectados, principalmente por mordeduras, arranhaduras e lambeduras. Nos seres humanos, os sintomas são mal-estar geral, febre, inapetência, náusea, dor de garganta, irritação e sensações de angústia.

Pode atingir gatos?
“Sim. A maioria dos mamíferos são suscetíveis à raiva, cães e gatos. Não é uma doença comum em Francisco Beltrão, justamente pela ação dos médicos veterinários, ação dos órgãos do governo, como a Adapar [Agência de Defesa Agropecuária do Paraná], que faz esse monitoramento. Você tem muito a prevenção e a melhor forma de prevenir a raiva é vacinação anual”, responde dr. Menin.

“Quando você tem um cão ou um gato, tem que ter o compromisso de ver a vacinação dele. Geralmente, quando os animais são filhotes, o protocolo é vacinar em média no sexto mês de vida, aí depois uma dose anualmente”, acrescenta.

Perigo dos morcegos
Segundo dr. Menin, a forma mais comum de contaminação dos animais é através do morcego. Geralmente, se vê muitos casos de raiva em bovinos ou equinos, grandes herbívoros, por conta da picada do morcego hematófago – que se alimenta de sangue – e na saliva dele contém esses contaminantes.
“A raiva só vai apresentar sinais clínicos quando chegar nas células nervosas, no sistema nervoso central e, no mesmo período, ela chega nas glândulas salivares. Então, quando o animal está raivoso, geralmente, é quando ele vai fazer essa transmissão pela saliva.”
O bovino pode levar até quatro meses para apresentar sinal clínico. Mas, a partir do momento que apresentou sintomas, o ciclo de vida é bem curto, porque é sinal que já está no sistema nervoso central.

 

Para o gato, morcego é um “rato de asas”

Se pensar o que é um morcego para um gato: é um “rato de asas”. Essa é a analogia feita por dr. Angelo Menin. É muito comum encontrar na cidade morcegos insetívoros. “Algum tempo atrás, não agora recentemente, foram achados morcegos insetívoros com a presença do vírus da raiva. Então, a partir do momento que o gato ou cachorro atacar esse morcego, ele vai morder pra se defender e através de uma mordida pode acabar contaminando o gato ou cão. E uma vez contaminado, ele apresenta um perigo, um risco para os seus tutores.”
Se o animal não estiver vacinado, há uma grande chance de ele contrair esse vírus e quando atingir o sistema nervoso central ele começará a apresentar os sintomas, os sinais clínicos e pode até mesmo atacar o seu tutor.
“Houve, há dois anos atrás, aqui na região de Ampere e Santo Antônio, em torno de 16 casos de bovinos positivos para raiva; inclusive, a Adapar, de Beltrão, fez um serviço muito bom, eles trabalham muito bem com essa parte de prevenção. Em toda a região fronteiriça foi feita uma busca por morcegos e por animais que poderiam estar contaminados. Felizmente, a princípio, não foi encontrado nada que pudesse preocupar, mas a gente sabe que pra uma doença voltar, basta você descuidar da prevenção.”

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