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Francisco Beltrão
domingo, 01 de junho de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Cães abandonados geram conflito entre moradores e defensores de animais

Motivo é a grande quantidade de animais nas proximidades da Avenida Progresso, esquina com a Rua Santo Ignácio de Loiola.

 

Francielle e a avó Mirtês Padilha são solidárias com os cães. 

 Mirtes Padilha mora na Rua Santo Ignácio de Loiola, no Bairro São Miguel, em Francisco Beltrão, há 30 anos. O lote de sua casa é aberto e muitos cães sem donos acabam se alimentando junto com os dela. Segundo Mirtes, sempre houve cães naquela região, próximo à Avenida Progresso, mas atualmente “já estão chamando da rua dos cachorros”. Isso acontece porque sempre teve animais no local, porém a população beltronense continua abandonando cães rejeitados naquele local. 

A moradora adora cães e não suporta vê-­los maltratados, por isso acaba alimentando-os dentro de suas possibilidades. Inclusive do “bando” que anda por ali, ela adotou dois cães. Além de Mirtes, que ajuda os cães com sua família, Leidiane Candido e Andrieli Cikoski também são voluntárias e ajudam animais por toda cidade. 
“Quando sabemos de um caso grave, nós fazemos campanhas nas redes sociais para poder resolver, porque somos em poucas pessoas e maioria se acomoda em só reclamar. Nosso trabalho é voluntário e nós não temos obrigação com ninguém. Cada cidadão deve cumprir seu papel na sociedade, então reclamar menos e fazer mais, começando por denunciar quem abandona e mal trata”, defende Leidiane. 
Elas comentam que já viram os cães correrem atrás de pessoas que estavam com bicicleta ou com sacolas, mas que nunca aconteceu um ataque. “Principalmente à noite, eles andam em bando, e se tiver alguma cadela no cio, eles chegam a 50 cães, mas daqueles que estão sempre por aqui eram 14, não sei como, mas agora restam quatro fêmeas e dois machos. Já encontramos cães mortos atropelados e envenenados. Com medo desse tipo de reação a Andrieli levou para casa, como lar temporário, seis filhotes”, informa a voluntária. 
Outra preocupação das meninas é que há muitos cães doentes e que têm famílias, mas por serem humildes, não têm condições de tratá-los. Leidiane ressalta que é a administração municipal poderia fazer castrações desses animais para diminuir o problema. “Uma cadela de médio porte chega a ter em média sete filhotes, veja o exemplo de Pato Branco, que consegue castrar até 600 animais por ano. Pra quem faz trabalho voluntário como a gente, são números muito otimistas”, destaca. 

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Na esquina entre a Avenida Progresso e Rua Santo Ignácio de Loiola são abandonados muitos cães. 

 

Conflito 
Sábado, 29, Leidiane, no final da tarde, voltava do mercado quando viu os cães próximos de uma igreja, local em que eles sempre estão. Ela chegou em casa e voltou com ração para alimentá-los. “Eu dou comida, porque eu tenho dó, mas ouvi gritos e vi um rapaz dizendo que eu não tinha direito de dar comida aos cães”, conta a moradora. Porém, segundo ela, o mesmo rapaz que gritava também incitou outros moradores e começaram mandá-la sair e proferir ameaças. 
“Ele começou a incitar os outros moradores, porque eu defendo os animais, dizendo que ‘se era defensora dos animais, tinha que levá-los embora’, como se eu pudesse lotar a minha casa com cães, já tenho animais. O problema é que os moradores não denunciam quem abandona os animais, eles não pedem ajuda para prefeitura e ainda se rebelam contra quem defende os cães”, reclama Leidiane. 
Andrieli e Leidiane ressaltam que cães doentes e adultos são difíceis de serem adotados. Elas também comentam que para os cuidados o custo é alto, porque a ração é cara, assim como a castração e que o trabalho de adoção é lento.
“Fomos ameaçadas de nos baterem e a pessoa que gritou deixou bem claro que não gosta de animais e eu achei uma afronta aos defensores de animais”, conta Leidiane, que procurou a polícia, porém foi aconselhada a buscar ajuda da imprensa. 

Leidiane Candido e Andrieli Cikoski são voluntárias e ajudam os animais de rua. 

 

 

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