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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Cães também sentem medo na ida ao médico

 

Hélio e Ângela acompanhando a consulta dos pets Tobias e Luna com o veterinário Roni. Embora menos acostumada, ela estava mais tranquila no consultório.

 

Tobias, de 9 anos, é um lhasa já com certa experiência em clínicas veterinárias. Diferente da “irmã” mais nova, a Luna, uma jovem shih-tzu de apenas 1 ano de vida. Ao acompanhar a Luna em consulta ao veterinário, no entanto, parecia o inverso. Enquanto ele, mostrando certa timidez, preferiu ficar quietinho no colo do “avô” Hélio Bonzanini, ela reconhecia o território sem parar nos braços da “mãe” Ângela.

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Assim como alguns humanos que, mesmo adultos, nutrem certo pavor de ir ao dentista, no mundo animal, cães e gatos podem ficar ariscos ao perceber que estão a caminho do médico. Esse receio adquirido pode ser resultado da soma de três fatores: raça, genética e o modo de criação do animal.
De acordo com o médico veterinário Ronivan Gobbi, há raças mais tranquilas, que interagem melhor com o ambiente e com as pessoas, como os poodles, os pugs e os bulldogs ingleses. Do outro lado, os pinschers são uma raça de temperamento mais forte, não agressiva, mas impaciente, que se estressa com mais facilidade. O pastor-alemão e o schnauzer também são cães bastante possessivos, ciumentos com os donos.
“Os animais, iguais aos humanos, também podem ser classificados pelo temperamento. Alguns têm uma personalidade mais forte, outros menos; uns são mais sociáveis, outros nem tanto. Então há animais que se sentem seguros tanto no seu ambiente quanto fora dele”, esclarece.
Além da raça, a árvore genealógica dos bichinhos também pode influenciar no seu comportamento. “Às vezes, o pai, a mãe ou os avós foram cães mais temperamentais e isso acaba influenciando o desenvolvimento do filhote”, diz Ronivan.

Estimulando para perder o medo
Na maioria das vezes, o medo de veterinário está relacionado a um estímulo negativo. Nesse caso, a maneira como os pets foram criados também vai incidir diretamente no comportamento dele em diferentes ambientes. Assim, os donos, como a Ângela, do início da matéria, têm importância fundamental no desenvolvimento comportamental dos pets – ou a Luna pode se sentir tão travada quanto o Tobias.
“Geralmente, o animal vai ao médico para uma consulta, uma profilaxia, uma vacina. Nos dois primeiros casos, é normal que ele não esteja bem, esteja com alguma dor e deva ser manipulado pelo veterinário. Então ele não se sente confortável e, como animal também tem memória, ele associa o ambiente, a pessoa e até a roupa como algo negativo. Às vezes, o animal vê uma pessoa de jaleco e já sai correndo, achando que vai sofrer alguma coisa”, explica Ronivan.
Se o animal for criado em um ambiente tranquilo, harmônico e com bastante socialização, diz o veterinário, essa insegurança tende a amenizar. “Agora, se você pega o animal e, desde filhote, não sai passear, não interage com outros animais e com pessoas diferentes do meio familiar, a tendência é ele ter dificuldades ao sair do seu ambiente.”

A hora do banho e da tosa   amedronta menos
Na hora do banho e tosa os bichinhos também podem ficar receosos. Os filhotes, aqueles que raramente frequentam o pet e os animais de pelo longo, cujos fios tendem a embolar, geralmente, são os mais medrosos. “[O medo] é comum nos filhotes, justamente por ser uma experiência nova, pois não estão acostumados com a presença de outros animais, pessoas estranhas, os latidos, miados e também o barulho dos secadores”, observa Renata Almeida, veterinária da Dolce Cane. Os que apresentam fios embolados, ela explica, formam a classe “medrosos do pet”, pois passam por um procedimento desconfortável para que os nós possam ser desfeitos.

 

Em poucas idas ao pet, afirma Renata, eles se acostumam com o ambiente.

Talvez por serem bastante numerosos, lhasa apso e shih-tzu são as raças de cachorros mais medrosas. Por outro lado, entre os mais tranquilos, o cocker se destaca. Em poucas idas ao pet, afirma Renata, eles se acostumam com o ambiente, mas é preciso conjunto tanto do profissional quanto do dono do animal de estimação.

“No caso dos filhotes, quando os banhos se tornam frequentes, eles acostumam e acabam vendo a ida ao pet como uma diversão. Já aqueles que passam a ter medo porque sentem dor para tirar os nós, o proprietário tem papel fundamental para reduzir esse sofrimento ao fazer, em casa, a escovação diária do pelo. Da nossa parte, temos que ter paciência e calma para lidar com esses bichinhos, dar amor e carinho e um ambiente confortável.”

 

 

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