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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Caminhão é como uma empresa

Casal conta como equilibrar as finanças operando caminhões truck.

Cleomar e Alcemi: um cuida da burocracia
enquanto o outro está na estrada.

Desde que transformou o sonho de infância num negócio, o motorista Cleomar Anibale assumiu para si os riscos e a responsabilidade de manter um caminhão. A administração da frota de dois veículos é dividida com um sócio e a esposa, Alcemi, que faz toda a burocracia ligada à documentação, boletos, banco e cobranças, enquanto o marido está na estrada.

“É o mesmo trabalho de ter uma empresa, tem mês que vai bem e tem mês que não, e precisa ser bem administrado para não ter prejuízo”, comenta Alcemi. “O grande segredo do negócio é tentar equilibrar ao máximo o quanto o caminhão custa e o quanto ele gera de receitas para, no final do financiamento, por exemplo, estar com o veículo pago, é um capital que você tem em forma de um bem”, detalha.
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Cleomar cita que ter outras alternativas de renda além do caminhão é um dos pontos fundamentais para não operar no vermelho. A esposa, por exemplo, trabalha como farmacêutica e ele ajuda o sogro no posto de lavagem quando a demanda por frete esfria. “É algo que gosto tanto quanto estar na estrada”, comenta Cleomar.

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Assim como numa empresa, Cleomar acredita que se capacitar e ter uma equipe boa fazem a diferença no final do mês. Ele investe constantemente em cursos de aperfeiçoamento. “Numa condução melhor que você consegue baixar um ou dois décimos na média do caminhão vai dar uma diferença de 350 litros de diesel nos dois caminhões no final do mês, isso é uns mil reais. Assim como cuidar sempre da manutenção, não deixar quebrar pra não ficar parado, tudo isso é importante”, aponta.

Essas lições foram aprendidas em anos de estrada. Desde criança, quando brincava de motorista num Mercedinho do pai, Cleomar já sabia o que queria da vida. Quando adolescente, trabalhou como lavador e só depois veio a oportunidade para ser motorista. Na primeira viagem levou uma carga de feijão de Palmas até Campina Grande, na Paraíba – o lugar mais longe que tinha ido, até então, era Curitiba. “O primeiro caminhão que peguei foi um 112 [Scania], não tinha motor pra subir, freio pra descer; acho que demorei uns sete dias pra chegar, viagem que hoje se faz em três dias”, relembra.

Com o tempo, os empregos – e os caminhões – foram melhorando. Em 2010 comprou o primeiro veículo próprio, mas teve que se desfazer em pouco tempo para se tratar de crises no sistema nervoso, por consequência do uso de rebite. Hoje recuperado, Cleomar e a esposa possuem um Cargo e um Iveco câmara-fria em sociedade com um antigo patrão. Os caminhões puxam derivados de leite da região para grandes centros e geralmente voltam com carga seca.

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