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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Campanha da Fraternidade 2021 é ecumênica e reflete sobre amor e diálogo

Geral

Na noite de ontem, aconteceu a abertura da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2021 na Diocese de Palmas-Francisco Beltrão. Neste ano, o tema é “Fraternidade e Diálogo: compromisso de amor” e o lema: “Cristo é a nossa paz: do que era dividido, fez uma unidade” citação bíblica Ef, 2-14.

Anualmente, na Quaresma, período que antecede a Páscoa, a Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), as arquidioceses, dioceses e paróquias refletem um tema. A CFE é promovida neste ano pela CNBB e o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (Conic). 

A solenidade de lançamento na Diocese de Palmas-Beltrão aconteceu na Casa de Formação, em Francisco Beltrão, ontem, à noite, com uma celebração religiosa ecumênica presidida por dom Edgar Ertl, bispo diocesano, e pelo pastor Ildo Franz, da Igreja Luterana de Caçador (SC), e concelebrada por diversos padres e pastores. Na sequência, estava programado um debate com a participação das lideranças religiosas. Antecipadamente, dom Edgar respondeu a perguntas do JdeB sobre a campanha deste ano. 

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JdeB – Os motivos para realizar a Campanha da Fraternidade Ecumênica? 
Dom Edgar –
Desde a década de 60, a Igreja do Brasil convida os seus fiéis, no tempo quaresmal, a refletir sobre uma temática pertinente à sua missão evangelizadora. A partir do ano 2000, a cada cinco anos, a reflexão acontece de forma ecumênica. A participação das igrejas que pertencem ao Conic vem somar elementos para a elaboração de propostas que convocam a todos no crescimento de uma unidade e abertas ao diálogo.

O tema deste ano convoca a uma atitude de simplicidade e diálogo diante dos extremismos que estamos vivendo. Os motivos para realizar a Campanha da Fraternidade Ecumênica são claros: a abertura para uma reflexão evangelizadora diante da realidade do País e a coragem de aproximar-se e construir uma nova sociedade com valores do diálogo, do respeito e aberta a uma reflexão sem cunhos de um exclusivismo das identidades confessionais.

 O objetivo proposto para a reflexão nesta CF consiste em “convidar as comunidades de fé e pessoas de boa vontade a pensarem, avaliarem e identificarem caminhos para a superar as polarizações e violências através do diálogo amoroso, testemunhando a unidade na diversidade” (Texto-Base, nº 3). Refletir de forma ecumênica não é perder sua identidade, ao contrário, aprofunda-se, pois uma Igreja que pratica a divisão e não se abre ao diálogo, não vive a autenticidade de ser Igreja de Jesus Cristo.

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Existem experiências/projetos ecumênicos na Diocese? Em que setores/pastorais? 
Em nossa Diocese, o que existe é o projeto de elaborar e constituir a pastoral ecumênica. Em algumas paróquias, existem algumas atividades de diálogo com pastores, como a semana de oração pela unidade dos cristãos, momentos de diálogo e convivência (reunião/café com pastores). Encontramos, com mais clareza, a aproximação do ecumênico no âmbito das pastorais sociais. Cito o exemplo da Pastoral da Criança e da Pastoral da Pessoa Idosa, que são organizadas pela Igreja Católica, mas possuem líderes de igrejas cristãs e atendem crianças e idosos de outras identidades confessionais.

Há reações contrárias dentro da Igreja Católica a iniciativas como esta? 
Em todos os temas propostos sempre surgem opiniões favoráveis e contrárias. Mas isso é bom, significa dizer que a CFE provoca. As opiniões surgem no modo de interpretações, o que chamamos de hermenêutica. Na leitura do texto-base, alguns termos geraram várias interpretações, mas isso não diminui a importância da CFE, não empobrece a doutrina e não quer dizer que a Igreja está perdendo sua identidade, seguindo linhas e posicionamentos ideológicos de cunho unilateral. O cenário em que vivemos, no qual o relativismo e a opinião ganham força, apresentar uma CFE que busca o diálogo é ter a coragem de vencer os extremismos, polarizações, ideologias e radicalismo na busca de um novo reino.

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Como trabalhar o ecumenismo e a CFE na Igreja Católica?
Somente poderá ser trabalhado se existir uma atitude de diálogo, de simplicidade e abertura ao outro. Os radicalismos, fundamentalismos, desconfiguram a Igreja de Jesus Cristo. Diante das inquietações, a CF chama no tempo quaresmal à conversão. Mudar nossas opiniões fechadas e deterministas sobre o que é a Igreja é o passo fundamental para buscar a unidade. Não somos donos da verdade, somos seguidores dela. A verdade é que nos liberta e Cristo é a verdade (cf. Jo 14,6).

Quais as ações esperadas para a concretização da CF 2021? Onde existe o diálogo existe respeito, existe compreensão, existe liberdade, existe paz. Deus não coloca os seres humanos na casa comum para dividirem-se, agredirem-se, difamarem-se. Deus coloca para que a sua obra cresça e exista o respeito para cada um, e isso acontecerá quando o que era dividido fizer-se uma unidade, porque “Cristo é a nossa paz e disso gera-se a fraternidade, como “compromisso de amor”.

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