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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Capivaras devoram lavouras na Barra Grande

Ronaldo é um dos agricultores que
tem prejuízo com os animais. 

Produtores rurais da Barra Grande, comunidade na divisa entre Francisco Beltrão e Itapejara D’Oeste, estão tendo prejuízos nas lavouras com a presença de capivaras. Os animais devoram e pisoteiam as plantas provocando grandes perdas em cultivos de trigo, milho, aveia, soja e feijão. 

A capivara é o maior roedor do mundo e na idade adulta chega a pesar 100 quilos. Não é incomum elas invadirem áreas agrícolas quando perdem espaço em seu habitat natural. A queixa chegou até a imprensa ontem pela manhã, divulgada por um morador em uma emissora de rádio.

O produtor Ronaldo Masetto confirma que o problema existe e não é recente. “Já avistei vários grupos de 10, 12 capivaras. É difícil quantificar, mas tem bastante. Quando ataca lavoura de milho ela derruba, come um pouquinho só da espiga e abandona. Nos pés de feijão, come a planta e deixa a vagem”, conta. Por gostarem de água, a região tem um local apropriado para elas se reproduzirem. As propriedades são cortadas pelos rios Santana e Marrecas e têm fartas plantações. “O pessoal faz bastante safrinha, então tem comida o ano inteiro. Cada vez mais elas se reproduzem.”

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Os agricultores querem uma solução para o problema, já que o abate deste animal silvestre é proibido por lei. “Olha, calculando por baixo, elas devem devorar uns cinco alqueires por safra, somando todos os produtores. O prejuízo deve ficar entre R$ 30 mil e R$ 40 mil ou mais.”
 

O aposentado Etelvino Biezus, 85 anos, mora na Barra Grande desde 1954 e conta que nas primeiras décadas este tipo de animal não era encontrado nas matas. “Foi de uns anos pra cá que começou aparecer, se não tomar providência vão se proliferar e ninguém vai colher mais nada.” 

Os filhos e netos dele cultivam uma área de 200 hectares e cerca de 2% em cada safra se perde por conta das capivaras. “Hoje se a gente matar um bicho desses vai pra cadeia, só que aqui elas têm tudo que precisam – comida e não tem predador natural -, podem se reproduzir à vontade. Deveriam liberar o abate.”

Ele estima que só na lavoura da família, o prejuízo deixado pelos roedores se aproxime de R$ 20 mil por ano. “De dia mesmo dá pra ver elas, quando os piás vão passar veneno na lavoura encontram os bandos de capivaras. Se for uma pessoa a se aproximar elas fogem, mas do trator não tem medo.”  

 

As capivaras tem facilidade para se reproduzir e
preocupam os agricultores. Foto de divulgação

 

 

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