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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Carne representa mais de 50% do custo da cesta básica em Francisco Beltrão

Geral

Está cada vez mais difícil para o brasileiro colocar carne na panela.

Nesta semana ganhou repercussão nacional uma placa colocada em açougue de Florianópolis (SC). A imagem repercutiu em virtude dos aumentos do preço da carne nos últimos meses em todo o País e com o aumento da procura das famílias de baixa renda por alternativas ao consumo de proteína animal, especialmente a carne bovina. Em 12 meses, o preço da carne bovina de primeira aumentou em média 27,03% em Dois Vizinhos, 26,68% em Francisco Beltrão e 26,15% em Pato Branco.

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Osso não é dado, nem vendido
Empresário de um grande supermercado de Francisco Beltrão informou à reportagem que, em geral, osso bovino não é dado, nem vendido nas grandes lojas da região. É retornado a uma fábrica de ração, pra dar o destino correto, conforme os programas de geração de resíduos. Todo resíduo gerado os mercados como papelão, plástico, óleo, frutas e verduras, carnes e seus afins, e outros resíduos, tem que receber o destino correto, tudo documentado e controlado.

Em outro mercado de bairro consultado pela reportagem, o proprietário diz que há pouca procura por este tipo de produto. “E os que pedem dizem que é para dar para os cachorros, mas a finalidade eu não sei.” De modo geral, ele percebe que o consumo de carne (suíno, frango e bovino) diminuiu cerca de 30%.

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Alimentos mais caros
De modo geral os preços dos alimentos têm pesado bastante no bolso do consumidor. A cesta básica continua registrando altas consecutivas nos últimos meses. A pesquisa da cesta básica realizada mensalmente pelo Dieese, constatou, para o mês de setembro aumentos nos preços médios em 11 capitais pesquisadas e diminuições em outras 6. As maiores altas foram registradas em Brasília (3,88%), Campo Grande e São Paulo (3,53%) e Belo Horizonte (3,49%).

Em setembro, o custo médio da cesta básica de alimentos se ampliou em Francisco Beltrão (4,42%) e em Pato Branco (3,51%), enquanto que em Dois Vizinhos apresentou leve redução (-0,36%), conforme pesquisa do curso de Ciências Econômicas da Unioeste/ Francisco Beltrão.

Em termos monetários, o aumento em relação ao mês anterior foi de R$ 22,25, em Francisco Beltrão e de R$ 17,04, em Pato Branco. Em dois Vizinhos, a queda relativa a agosto foi de R$ -1,87.
O valor mais caro ficou em Francisco Beltrão, R$ 525,58, seguida por Dois Vizinhos, R$ 521,79. A cesta de menor custo foi a de Pato Branco, R$ 502,80.

Produtos e suas variações
Os produtos da cesta básica de alimentação que apresentaram variações de alta na maioria das capitais pesquisadas pelo Dieese foram: o açúcar, o café em pó, o óleo de soja, o pão francês, o leite integral, a manteiga e a carne bovina de primeira. Por outro lado, o arroz e o feijão apresentaram comportamento de retração de preços.

Nas cidades da região Sudoeste do Paraná, o comportamento dos preços, tanto nas elevações quanto nas retrações foi semelhante ao observado pelo Dieese nas capitais. A exceção ficou por conta do leite e da carne, cujos preços reduziram em dois dos municípios pesquisados na região. Os preços aumentaram para o tomate e a batata, cuja elevação foi também significativa em dois dos três municípios pesquisados.

A carne bovina de primeira teve elevação em 11 das 17 capitais. Nos municípios do Sudoeste do Paraná o comportamento foi de alta em Francisco Beltrão (1,57%) e de queda em Dois Vizinhos (-1,62%) e Pato Branco (-2,15%).

Produtos que sumiram das prateleiras estão voltando
O professor José Maria Ramos, coordenador da pesquisa e também do curso de Ciências Econômicas da Unioeste, observa que a carne bovina tem um peso significativo no orçamento das famílias. “O preço da carne aumentou e muito, mas como não foi só com a carne as pessoas passam a buscar alternativa mais em conta. Porque no final do mês não tem mais dinheiro.”

A carne é o item que mais pesa no conjunto da cesta básica. O custo da carne representa 50,45% em Dois Vizinhos, 51,42% em Francisco Beltrão e 49,7% em Pato Branco. No ano, o produto acumula variação positiva de 16,76%, em Dois Vizinhos, de 11,67%, em Francisco Beltrão e 5,27% em Pato Branco.

De acordo com ele, há produtos que haviam praticamente desaparecido dos mercados como pé de galinha, sambiquira, feijão bandinha e arroz quebradinho que voltaram, dada a perda de renda das famílias, que tem seus salários corroídos pela inflação. Zé Maria salienta que há um combo de problemas no País com a inflação alta, baixo crescimento econômico e desemprego.

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