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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Carreata pela Educação teve grande participação

Pais sabem da gravidade da pandemia, mas eles não querem que a educação de seus filhos seja a única atividade que não volte, como ocorreu no ano passado.

Carros enfeitados com balões, destacando que “Educação é Essencial”.

A carreata de domingo, em Francisco Beltrão, se destacou pela adesão – havia uma expectativa para 90 carros, participaram cerca de 200 – e o recado dado à sociedade. Ao contrário do que muitos pensaram ao ver aquela manifestação de duas horas (15h30 às 17h30), passando pelo centro e os principais bairros da cidade –, os pais não estavam pedindo a volta imediata das aulas, porque sabem da atual gravidade da pandemia, mas também não querem que se repita o ano passado, quando todas as atividades voltaram, menos as aulas.

A preocupação dos pais é com a saúde emocional dos filhos. Uma mãe relatou que, de seus dois filhos, um parece ter superado normalmente, mas outro precisou de tratamento psicológico. É mãe que no ano passado foi das primeiras a segurar em casas seus filhos. Este filho chegou a ficar cinco meses sem contato com outras crianças, completamente isolado. Agora ela vê o resultado e quer a saúde do filho. E assim tem muitos que adoeceram emocionalmente.

Durante a carretada foram ouvidas definições como esta: Deus salvou as crianças de terem sintomas graves da Covid e nós as estamos castigando, deixando-as presas dentro de casa, elas não deveriam estar pagando por isso.

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“Educação é Essencial”, estampavam os carros da carreata. Os pais – ou núcleos familiares – querem o direito de escolher entre mandar ou não seus filhos para a escola.

Na carreata havia muitos pais de aluno que são profissionais da saúde e estão na linha de frente no combate à Covid. Eles também concordam que no ano passado foram aceitando a prorrogação de mais uma semana, mais 15 dias, mais um mês e o ano passou. Aí eles começaram a se informar, lendo, pesquisando, buscando embasamento teórico com especialistas em pediatria, psicologia e outras áreas médicas e chegaram à conclusão daquela frase acima: as crianças não podem ser castigadas de maneira tão marcante pela pandemia.

 

Esses pais, mais esclarecidos, não aceitam aquele argumento de que as crianças têm a vida inteira pela frente, pois o que marca nossa vida não é o período do sofrimento, mas a intensidade dele. Para muitas crianças a pandemia virou um sofrimento, mudou toda a rotina de suas vidas. E adultos que continuam na ativa não percebem isso.

Não cito nomes dos pais que ouvi para esta matéria para evitar retaliações. Durante a carreata chegou a haver carros apedrejados (na passagem pelo Bairro São Miguel). São pessoas que não entendem o que está acontecendo. E são muitas as pessoas que mal leem o título e já começam a tirar conclusões.

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Mesmo criticados, os organizadores avaliam que a manifestação foi positiva. Além de ter tido grande adesão, foi “bonita e respeitosa”, ninguém saiu do carro, nada foi feito contra a segurança que se exige em tempos do coronavírus.Os organizadores também agradeceram ao Debetran e à Polícia Militar, que destinaram veículos para puxar a carreata. PMs também auxiliaram, em alguns cruzamentos, a organizar o trânsito, dando preferência para a carreata em favor da educação. Seguia o carro de som comunicando à comunidade o motivo da manifestação. Carros enfeitados com balões, destacando que “Educação é Essencial” e muita buzina.

A carreata começou no Parque Bela Vista, do Industrial, seguiu pela Avenida União da Vitória até o Parque de Exposições, depois o Centro, São Miguel, Cidade Norte e retorno ao Centro, contornando a Praça Suplicy e encerrando em frente à Prefeitura.

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