
Fotos: Romiel e Juarez Gralak
No último sábado, Gema e Pedro Vansan, ambos com 80 anos, pioneiros de Francisco Beltrão, comemoraram os 60 anos de casamento – bodas de diamante. Eles receberam os convidados para celebração religiosa na Capela Santa Catarina, no Bairro Industrial. A celebração religiosa foi presidida pelo padre Airton Grespan. Depois da reafirmação dos votos matrimoniais, o casal recepcionou os convidados na Churrascaria Marabá, para o jantar. Pedro e Gema se conheceram e casaram em Francisco Beltrão e tiveram seis filhos.
Durante a homilia, o padre Airton disse que o momento do casal era de gratidão e agradecimento a Deus. Ele citou um trecho bíblico em que São Paulo cita que “tudo vale a pena quando se tem amor”. Padre Airton acrescentou que “quando se tem amor, o casamento, a vida e a superação das dificuldades valem a pena”.
E pediu que Deus continue cuidando de dona Gema e seu Pedro. “Os 60 anos de casamento deles é um exemplo bonito para a igreja e para a comunidade”, comentou. Uma das netas fez homenagem aos avós, com breve discurso. “É maravilhoso fazer parte desta família. Se agora somos pessoas de valor e caráter, é por causa de vocês”, disse a neta Ana Vansan. Por último, os filhos, genros e noras foram ao encontro do casal para parabenizá-los.
Pedro foi agricultor e produtor de leite, teve propriedade na Linha Eva e morou durante anos na Rua Curitiba, no Bairro Nossa Senhora Aparecida. Durante 34 anos, ele e os filhos entregaram leite nas residências e empresas da cidade. Dona Gema trabalhava em casa e também na roça, para auxiliar o marido e os filhos.
Os noivos estavam muito contentes na festa das bodas de diamante, receberam familiares de Beltrão, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e demais convidados. Seu Pedro diz que escolheu a pessoa certa para o casamento e que trabalhou muito ao longo de anos. Sobre a escolha de dona Gema, ele afirmou que foi amor à primeira vista.

A família
Dona Gema e seu Pedro tiveram seis filhos: Valmor (administrador de empresas) casado com Salete; Vilmar (Maqgil) casado com Elizabete; Antonio (Latco) casado com Loreci; Valdir (Vara do Trabalho de Pato Branco) casado com Marli; Vilson (Lavanderia Toque D´Água) casado com Edijane; e Vilma (professora de Matemática) casada com Roberto Bortot. Os filhos deram ao casal sete netos.
Em rápida entrevista, seu Pedro falou ao Jornal de Beltrão sobre os 60 anos de convivência com dona Gema
JdeB – Passados 60 anos, o senhor poderia citar algumas lembranças de todo esse tempo?
Pedro – Olha, dificuldade foi na época que era colono, trabalhava na roça, dava seca braba, perdia tudo, depois dava geada e perdia tudo de novo, mas fomos sempre batalhando, até que um dia melhoramos, peguei ali na Linha Eva e cansei de ficar lá, a minha filharada já tava toda na cidade, então viemos na cidade e temos uma vida boa, trabalhando, bem colocados, mas a piazada (os filhos) trabalhou muito ajudando nós, nós vendemos leite na cidade 35 anos, vinha a cavalo, de charrete, de carro, de tudo um pouco; e depois, hoje, dizem que não se pode trabalhar [quando é pequeno], mas o primeiro puxador de leite [filho] foi trabalhar fora quando completou 18 anos. Disse que se não desse certo voltava, e então foi e deu certo, trabalhou aqui na [indústria da] Chapecó, depois entregou pra BRF, depois foi pra São Paulo, saiu de Chapecó e trabalhou numa firma grande lá, e depois ficou aqui em Ampere e agora tá aposentado. Então, de um leiteiro, que puxava leite a cavalo e chegou aonde chegou, e outra filha estudou, os outros trabalharam sempre e tudo numa boa, graças a Deus.
E a convivência com a esposa?
Olha, vai me dizer que 60 anos não tem um dia que você tá brabo? É mentira, tá. Mas, graças a Deus, seguimos a linha de cristão, de respeito, o ser humano é assim, mas nunca dei nada de mal e coisa, chegamos até aqui.