Campanha Municipal de Enfrentamento à Violência Contra Criança e Adolescente contou com palestra, atividades no Calçadão e apresentação teatral.

Só em 2014, o Centro de Referência Especializado em Assistência Social (Creas) de Francisco Beltrão registrou 74 casos de violência infantil. Destes, 48% foram de violência sexual contra crianças e adolescentes. Um número de cerca de 35 crianças, arrancadas à força da inocência natural à idade e que vão carregar a vida toda as marcas de um abuso inimaginável.
E essas 35 foram as que contaram, mas estima-se que um número maior ainda esteja sofrendo com esse tipo de exploração em silêncio. Sofrendo de um abuso que, segundo a secretária municipal de Assistência Social, Ana Lúcia Manfrói, geralmente acontece dentro de casa, feito por pais, padrastos e familiares, pessoas que deveriam cuidar e proteger.
Para romper esse silêncio, conscientizar a população do horror desse tipo de violência e mostrar que ele pode estar mais perto do que se imagina, o Creas realizou ontem, ontem, a Campanha Municipal de Enfrentamento à Violência Contra Criança e Adolescente. O evento tomou como referência o Dia Nacional de Combate a Exploração Sexual de Crianças, nesse 18 de maio.
A campanha começou às 8h30, no auditório Jacinto Guedhin, no centro de eventos do parque de exposições, e reuniu professores e diretores da rede municipal, educadores sociais da secretaria de Assistência Social, agentes comunitários de saúde, acadêmicos das universidades Unipar e Unisep, e representações do Centro da Juventude.
Às 9h, o evento contou com a apresentação teatral Peça Réu do Silêncio, do Centro de Artes Théspis. Uma peça forte, que escancara o abuso sexual contra crianças em um diálogo emocionante entre dois atores.
Depois disso, o evento continuou com palestra com o psicólogo Leonardo Mendonça. O palestrante falou sobre o impacto da violência na família, tratando do assunto pesado em uma palestra descontraída. Nas palavras do próprio psicólogo, mais uma conversa do que uma palestra.
O evento continuou à tarde, com atividades e panfletagem no Calçadão, em parceria com o Debetran.
A secretária Ana Lúcia destaca que o evento é importante porque os professores e agentes comunitários presentes são pessoas que podem acompanhar as crianças, que fazem parte do seu convívio e podem ser capazes de identificar sinais de abuso, tirar essas crianças exploradas do silêncio opressor da vergonha e do medo e encaminhá-las de maneira a reduzir as marcas da violência.
Ela também lembra que todas as denúncias de violência contra crianças e adolescentes podem ser feitas via Disque 100, um número central, em Brasília, que trata das situações com profissionais de cada região.

o impacto da violência na família durante a campanha.