Batata, banana e tomate foram os produtos que apresentaram os maiores aumentos.
No mês de março, os beltronenses tiveram que desembolsar um pouco mais de dinheiro para colocar a comida na mesa. Conforme o levantamento do Grupo de Pesquisa Economia, Agricultura e Desenvolvimento do curso de Ciências Econômicas da Unioeste, de Francisco Beltrão, a cesta básica ficou 9,79% mais cara no mês passado. De acordo com os dados, o valor necessário para adquirir os itens essencias para alimentação mensal de apenas uma pessoa foi de R$ 275,40. Em fevereiro, a mesma compra saía por R$ 250,84. Foi o maior aumento do trimestre.
Na avaliação do grupo de pesquisa, o aumento no custo da alimentação deve-se principalmente à elevação dos preços da batata (46,89%), da banana (42,84) e do tomate (65,79), produtos que têm peso considerável na composição da cesta básica. “Essa tendência também foi verificada na maioria das capitais pesquisadas pelo Dieese e é reflexo de condições climáticas desfavoráveis”, destaca o relatório. Dos demais itens da cesta básica, quatro apresentaram redução no valor: arroz (-1,81%), farinha de trigo (-3,49%), margarina (-2,33%) e a carne (-1%). O produto que sofreu a menor variação foi o café, com aumento de 0,42%.
Com o reajuste, o beltronense comprometeu 38,04% do salário mínimo para sua alimentação, com base no valor bruto do mínimo nacional, estabelecido em R$ 724. Desta forma, uma família de tamanho médio (formada por duas pessoas adultas e duas crianças) precisaria de 1,14 salários mínimos (R$ 825,36) para suprir sua demanda de alimentação mensal.
Avaliação do Dieese
Na pesquisa mensal da cesta básica realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), de 18 capitais brasileiras pesquisadas, 16 apresentaram aumento na cesta básica em março. As maiores altas ocorreram em: Campo Grande (12,85%), Goiânia (12,61%), Porto Alegre (12,52%) e Curitiba (12,29%). As únicas reduções ocorreram em Manaus (-1,25%) e Belo Horizonte (-0,41%).
O que puxou os preços para cima teriam sido os mesmos produtos verificados em Beltrão. O que explica a elevação do preço da batata em diversas localidades é, segundo o Dieese, a instabilidade do regime de chuvas. Já a banana, o clima quente, especialmente no norte de Santa Catarina, amadureceu a fruta mais cedo e forçou sua colheita ainda em fevereiro, diminuindo a oferta em março.
A redução no preço da carne em Francisco Beltrão, apesar de modesta, contraria o comportamento geral observado pelo Dieese, pelo qual houve elevação em 13 capitais devido ao aumento das exportações e à estiagem do início do ano, que prejudicou os pastos.
*Com informações da assessoria.