O Grupo de Pesquisa em Economia, Agricultura e Desenvolvimento da Unioeste identificou essa variação em Francisco Beltrão, Pato Branco e Realeza.

A pesquisa da cesta básica realizada mensalmente pelo Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), que atualmente abrange 17 capitais, constatou, no mês de dezembro, que “o valor da cesta subiu em todas as cidades, com destaque para Goiânia (13,64%), Rio de Janeiro (13,51%) e Belo Horizonte (13,04%).
Na região Sudoeste do Paraná, a pesquisa realizada pelo GPEAD (Grupo de pesquisa em Economia, Agricultura e Desenvolvimento – Unioeste) e instituições parceiras, nas cidades de Francisco Beltrão, Pato Branco e Realeza, em dezembro, observou um aumento no valor da cesta básica de alimentação nas localidades pesquisadas. A variação de preços mais expressiva foi em Francisco Beltrão (9,37%), seguido por Realeza (8,2%) e Pato Branco (7,12%).
Em valores nominais a cesta básica ficou em R$ 398,56 em Francisco Beltrão; R$ 359,22 em Pato Branco e R$ 362,63 em Realeza. Isso significa dizer que, para as três cidades houve um aumento no custo da cesta básica de R$ 34,14; R$ 23,87 e R$ 27,47, respectivamente, em relação ao mês anterior.
Qual deveria ser o salário?
O cálculo do valor gasto com a alimentação básica para uma família de tamanho médio (dois adultos e duas crianças – considerando que duas crianças correspondem a um adulto) exige a multiplicação do valor monetário da cesta básica individual por três. Para os três municípios que integram a pesquisa, o valor da cesta básica de alimentação familiar, as diferenças de tal valor com relação ao salário mínimo bruto (R$ 998,00) e líquido (R$ 918,16) e ainda, o salário mínimo necessário referentes ao mês de novembro.
Com relação ao salário mínimo necessário, é importante esclarecer que ele expressa o quanto monetariamente seria preciso para que os trabalhadores residentes nas cidades pesquisadas e demais localidades selecionadas a partir da pesquisa do Dieese pudessem satisfazer a todas as demandas familiares previstas constitucionalmente, quais sejam moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social.
Considerando o exposto, é possível observar que o salário mínimo nacional, tanto o bruto quanto o líquido, mostraram-se em dezembro insuficientes para assegurar a aquisição da cesta básica de alimentação familiar nos três municípios em questão, bem como nas demais localidades. Se observada a determinação legal, para a manutenção de uma família de quatro pessoas, o salário mínimo deveria equivaler, em dezembro a: R$ 3.348,31 em Francisco Beltrão; R$ 3.017,81 em Pato Branco e, 3.046,46 em Realeza.
Com base na cesta mais cara que, em dezembro, foi a do Rio de Janeiro e levando em consideração a determinação constitucional, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler, no Brasil, a R$ 4.342,57 ou 4,35 vezes o mínimo de R$ 998,00.
