50 pessoas de várias regiões participaram do curso de extensão telepresencial.
Entre os dias 30 de novembro e 12 de dezembro o Cesul realizou curso de extensão telepresencial: Escuta Especializada e Depoimento Especial – com duração de 40 horas e participação de 50 alunos de várias cidades. Foram aulas on-line (assíncronas) e telepresenciais (síncronas).
O curso foi destinado aos profissionais de todo o sistema de garantia de Direito da Criança e do Adolescente e ministrado pelos professores Dr. Rodrigo Rodrigues Dias, Juiz de Direito titular da Vara da Infância e da Juventude e Anexos da Comarca de Toledo (PR) e coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc) da mesma Comarca; e pela Psicóloga e Analista Judiciária do Tribunal da Justiça do Paraná, Angela Regina Urio Liston.
O professor Dr. Rodrigo Rodrigues Dias parabeniza o Cesul pela iniciativa. “A instituição foi de extrema sensibilidade em verificar essa necessidade de implementar o depoimento especial e a escuta especializada, que são formas de fazer escuta que dependem da capacitação específica. Planejamos o curso, foi feito um ótimo trabalho de divulgação e conseguimos um bom número de alunos. Ficamos felizes e gostaríamos de trazer outra edição, porque é uma bandeira de defesa nossa de dar à vítima desses crimes – crianças e adolescentes – o lugar que elas têm de sujeito de direito, não só de participar do processo, mas o direito de ter os demais direitos, como respeito e dignidade, ações que nem sempre aconteciam em uma audiência tradicional”.
Ótima avaliação
Dr. Rodrigo destaca o alto nível do curso. “Foi muito legal. Conseguimos trabalhar, não na ideia de uma simples transposição de algo que seria presencial para virtual. Nós planejamos para que acontecesse virtualmente. E o objetivo foi atingido, com méritos de sala de aula invertida, encaminhando aulas gravadas e textos para debates nas aulas síncronas. Eu e a Angela gravamos simulações e mostramos audiências reais, com autorização das vítimas. Inclusive, uma vítima deu seu depoimento sobre como é passar por um procedimento assim, as aflições dela no abuso e depois diante do sistema de justiça que, nesse caso, não trabalhou bem”.
Diversas ações foram realizadas para passar o conteúdo, comenta o professor. “Trabalhamos com séries, como a Unbelievable, da Netflix, que têm um caso assim. Fizemos reflexões com reportagens, realizando nota de empatia. Pegamos cenas de novelas no Youtube e fizemos simulações com os alunos em tempo real. Eles assistiam ao vídeo e conduziam o depoimento especial, tendo um como testemunha desse possível crime e outro como entrevistador forense. Por fim, dois avaliavam e depois eu e a professora Angela voltávamos para avaliação final”.
Alunos empolgados
O sentimento de satisfação predominou entre os alunos. “O curso me ajudou a construir um olhar e estratégias mais humanas no trabalho judiciário. Principalmente no que se refere a crianças e adolescentes, é necessário trabalharmos com mais sensibilidade e cuidado. Aprendi muito sobre os direitos, cuidados e necessidades de crianças e adolescentes, que devem ser levados como prioridade na escuta especializada e no depoimento especial. Para mim, tais informações e treinamento devem ser proporcionados para toda a rede, desde a escola, unidade de saúde, assistência social, o judiciário e todos os ambientes necessários. Para proteger, escutar e acolher nossas crianças e adolescentes precisamos estar capacitados juridicamente, teoricamente e principalmente, agir de forma empática”, enfatizou Luana Cristina Lurdes da Silva, psicóloga clínica em Cascavel
Alan Júnior é de Toledo, trabalha no Conselho Tutelar e é pós-graduado em Direito da Criança, Juventude e Idosos. Ele diz que foi um grande aprendizado. “Estou muito feliz com a instituição e com o conteúdo passado pelos professores. Agregou muito na minha vida profissional e quero poder contribuir com o que aprendi nesse curso. Estou muito satisfeito”.
Valério Xavier dos Santos é psicólogo em Planaltina do Paraná, também comemora a participação.
“Acredito que ao realizar essa capacitação, o profissional depara-se com um novo horizonte dentro das políticas públicas voltadas à proteção da criança e adolescente. Graças a grande experiência dos seus professores, aliados ao compromisso e a importância da capacitação para a formação de profissionais. A relevância da proteção aos direitos da criança e adolescente ganha um novo significado, conseguindo compreender a totalidade da importância de uma escuta especializada, protetiva e humanizada”.
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