
A chuva de granizo que caiu sobre a cidade de Marmeleiro na tarde de terça-feira, 2, causou prejuízo para muita gente. Dos 4.338 domicílios existentes no município – conforme o Censo 2010 do IBGE -, o levantamento preliminar da Defesa Civil apontava que aproximadamente duas mil benfeitorias, entre casas, empresas e unidades públicas, foram atingidas. Contudo, o prefeito Luiz Bandeira (PP) acredita que o número pode ter sido ainda maior. “Pelo menos metade dos domicílios do município sofreu algum tipo de dano. Nossa equipe está toda mobilizada, junto com a Defesa Civil, para auxiliar a comunidade”, disse.
Os maiores estragos foram registrados na região central, bairros Ipiranga e Jardim Bandeira. Conforme relatos, as pedras de gelo eram grandes, algumas chegavam a ter o tamanho de uma laranja, e caíram por quase dez minutos seguidos. O estrago afetou também todas as escolas do município, forçando a Secretaria de Educação a suspender as aulas na rede municipal de ensino.
Faltam lonas e telhas
Ontem, o principal assunto nas rodas de conversa eram os estragos. O movimento maior era nas lojas de materiais de construção, que esgotaram os estoques de lonas e telhas de amianto rapidamente. “Pouco depois da chuva, muita gente veio procurar lonas e telhas, e quem chegou primeiro foi levando. Não tínhamos tanto estoque disponível, mas já encomendamos e devem chegar três carretas carregadas, uma ainda hoje, uma amanhã e outra na semana que vem”, declarou Paulo Bággio, da loja de materiais de construção Irmãos Bággio.
A correria foi intensa também pelas previsões do tempo, que indicam possibilidades de mais pancadas de chuva todos os dias, até o início da próxima semana. “Hoje, passamos o dia tentando comprar telhas de amianto em lojas da região, mas como foi bastante afetada, não só a nossa cidade, mas outras também, tá faltando material. Já liguei aqui, em Beltrão, Pato Branco, até São Lourenço do Oeste (SC), ninguém tem mais a pronta entrega, só para chegar entre hoje e semana que vem”, comentou o prefeito.
Ainda ontem, assim que finalizado o levantamento da Defesa Civil, o prefeito Luiz Bandeira deveria decretar Estado de Emergência no município. “O Estado já liberou uma carga de telhas que deve chegar ainda hoje, mas vamos precisar de muito mais material. Acredito que ainda levaremos alguns dias para resolver tudo”, informou. Bandeira estimou que serão necessárias aproximadamente 80 mil telhas para suprir a demanda.
Chuva de pedra em Renascença
Na cidade de Renascença, o granizo atingiu o centro e os bairros São João e Cristo Rei. As pedras de gelo caíram durante cerca de cinco minutos, à tarde. As pedras de gelo que caíram eram menores que as de Marmeleiro. Mas em Renascença, além do granizo, deu vento forte.
No começo da tarde, o JdeB apurou com a coordenadoria da Defesa Civil que 240 domicílios tiveram danos e foram afetadas 960 pessoas. Houve prejuízos às coberturas do Colégio Estadual, Boliche Municipal, alguns prédios públicos, mas principalmente casas. No boliche, as pedras de gelo, além de quebrar telhas, rasgaram a manta térmica e danificaram as pistas do bolão. Também quebraram vidros de carros.
Ontem, muitas pessoas subiram nos telhados para trocar as telhas quebradas. No Colégio Estadual as aulas foram suspensas. No interior, os danos foram às coberturas de alguns aviários e casas. O levantamento oficial sobre os danos do granizo no município ficariam prontos no final da tarde de ontem.
Outras regiões
No fim da manhã de ontem, mais de 900 eletricistas da Copel estavam mobilizados em todo o Paraná para recuperar o sistema elétrico afetado pelo vendaval que teve início na tarde de terça-feira, 2. Aproximadamente 24 mil unidades consumidoras, de um total de 4 milhões conectadas à rede de distribuição da Copel, ficaram sem energia, principalmente nos municípios próximos a Curitiba, Ponta Grossa e Londrina.
A Copel esperava normalizar o fornecimento em todo o Estado até o final do dia de ontem, mas algumas situações mais graves podem exigir mais tempo das equipes de manutenção. As principais causas de desligamentos foram a queda de galhos de árvores sobre os cabos de energia e curtos-circuitos causados por descargas atmosféricas na rede elétrica. (*Colaborou Flávio Pedron)