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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Chuvas de setembro aliviam estiagem, mas ainda são insuficientes para recuperar mananciais

Em Beltrão, caiu cerca de 200 mm neste mês, chuvas boas para a agricultura.

Caminhões-pipa da Sanepar estão pegando água nos municípios de Realeza e Capanema para ajudar a abastecer as cidades de Pranchita e Santo Antônio.

Neste ano, produtores rurais de Francisco Beltrão precisaram receber água de caminhões-pipa para dar de beber aos animais. A Prefeitura chegou a transportar dois mil litros/dia para comunidades de regiões mais altas, onde a pouca água disponível passou a ser priorizada para o consumo humano. Com as chuvas das últimas semanas, o serviço reduziu significativamente e, segundo o secretário de Viação e Obras, Claudio Borges, apenas duas famílias estão recebendo água com caminhão.

Desde janeiro não chovia tão bem em Francisco Beltrão. Até agora, em setembro, foram apenas três dias de chuvas, mas com 167 a 202 mm registrados nas duas estações metereológicas da cidade – a do Iapar, no Nova Petrópolis, e do Simepar, no Aeroporto. A média para o mês oscila entre 150 e 175 mm, distribuídos em cerca de dez dias de chuva.

Essa irregularidade no tempo vem sendo observada e sentida de forma mais direta pelos produtores rurais. O presidente da Coopafi (Cooperativa Central da Agricultura Familiar Integrada), Almir Calegari, diz que os associados que trabalham com frutas perceberam que o período de colheita diminuiu e algumas culturas tiveram perdas devido à oscilação mais rápida da temperatura, alternando entre o tempo muito frio e muito quente em poucos dias. “A estiagem afetou um pouco quem tem verduras sem irrigação ou que teve menos água disponível nos poços e a geada forte também judiou, mas o principal problema vem sendo com a cenoura, couve-flor e beterraba, que têm o ciclo mais longo.”

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Chuva insuficiente
Na região, a seca prolongada afeta tanto quem vive no interior quanto na cidade. No campo, apesar das chuvas serem positivas para o plantio e desenvolvimento de algumas culturas, ainda é insuficiente para recuperar os mananciais. “É a pior estiagem que a gente está passando nos últimos anos”, resume o secretário de Agricultura de Verê, Rodrigo Garbossa.

Transportar água em caminhões virou uma alternativa até mesmo para a Sanepar suprir a demanda de consumo da população em cidades mais críticas. Todos os dias, cerca de 500 mil litros de água são levados para Santo Antônio do Sudoeste e Pranchita, onde o abastecimento ocorre em sistema de rodízio desde abril. Os caminhões buscam água em Realeza e Capanema. “Em setembro, as chuvas foram boas, porém, ainda em volume insuficiente para fazer a recarga dos mananciais, principalmente, os subterrâneos (poços)”, diz matéria veiculada pela Sanepar. A companhia considera as chuvas positivas, porque elas ajudam a amenizar a temperatura e, consequentemente, reduzir o consumo de água.


Região mais afetada

O diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Julio Gonchorosky, destaca que o Sudoeste é a região do Estado onde a estiagem perdura com maior intensidade. No início de agosto, o governo estadual publicou o quarto decreto de emergência hídrica no Paraná, em sequência, reconhecendo a gravidade da estiagem e priorizando o uso da água para abastecimento humano e dessedentação animal.

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