13.8 C
Francisco Beltrão
terça-feira, 03 de junho de 2025

Edição 8.217

03/06/2025

Cienara Candido lamenta “invisibilidade“ da mulher negra

Ontem, 20, foi dia da Consciência Negra.

Cienara Candido: A mulher negra é duplamente ignorada.

Preconceito também é uma questão política. Ontem, 20 de novembro, foi comemorado o Dia da Consciência Negra. O fato de não ter nenhuma mulher eleita em Francisco Beltrão, muito menos negra, deixou Cienara Candido, uma ativista da causa, ainda mais surpresa: “E ainda tem a mulher negra, que essa é duplamente ignorada em todas as participações e contagens, não tivemos nada sobre o assunto em nenhum momento”.
Confira a entrevista:

JdeB – Você acha que ainda há resistência em votar em mulher?
Cienara Candido: Isso acontece devido à exclusão histórica das mulheres na política, o que reflete até hoje no nosso cenário de baixa representatividade feminina. Em Beltrão, muito se falava na renovação no Legislativo, tínhamos 13 vagas e 48 mulheres concorrendo à eleição e reeleição; para surpresa de todos, não elegemos nenhuma delas, dentre muitos fatores. O conservadorismo falou mais alto, reproduzindo o domínio masculino na política. Muitos veem as mulheres apenas para cumprir o coeficiente do partido e não como candidatas em potencial, tínhamos, professoras, advogadas, enfermeiras, empresárias etc., e infelizmente ficaram de fora.

No caso da mulher negra, o preconceito aumenta?
As mulheres negras representam 55,6 milhões de pessoas no Brasil, nós ainda continuamos com poucas representantes nos cargos do Executivo e Legislativo. Nas eleições municipais, de 2016, das 5.500 prefeituras pelo País, foram eleitas 649 mulheres. Somente 28,3% desse total se autodeclararou. Francisco Beltrão e o Sudoeste do Paraná pertencem a uma região com altos níveis de preconceito racial e este é o fator que mais distancia as mulheres negras de ocuparem cargos públicos. Em Pato Branco, temos Cris Hamera, uma conquista não só para a cidade mas para toda região. Em Curitiba, também tivemos a primeira vereadora negra eleita Carol Dartora, que foi a terceira mais votada na capital. Ainda assim, somos menos de 1% das representantes, mas isso nos dá esperança para continuarmos a nossa luta.

- Publicidade -

Como mudar esta realidade?
A participação das mulheres na política segue longe da paridade, alguns avanços já foram conquistados na últimas décadas e para que possamos mudar esse panorama para as próximas eleições devemos começar hoje este trabalho, focando principalmente na igualdade de gêneros como instrumento da efetivação da democracia. Atualmente, montamos um grupo “Mulheres em Ação FB”, para trabalharmos nestes quatro anos, levando informações, debates, diálogos, para mudarmos o cenário atual.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Destaques