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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Coagro 50 anos: olhar para o futuro sem esquecer dos cooperados e objetivos

A cooperação com clientes, cooperados, demais parceiros e a comunidade em geral está na essência da Coagro.

Recebimento de grãos, vendas de insumos agrícolas, produtos veterinários e supermercados.

A Coagro – Cooperativa Agroindustrial – está celebrando o ano do cinquentenário. Foi fundada em 5 de dezembro de 1970, em Capanema. Hoje ela atua em oito municípios da Fronteira, tem 15 unidades de recebimento de grãos, comercializa sementes, insumos, compra produtos agrícolas, mantém fábrica de rações, supermercados e laticínio. A meta é crescer sempre, mas sem esquecer o objetivo principal:  gerar renda segura quando da comercialização de suas produções e manter um olhar especial para os cooperados e a comunidade.

Fundada por 67 agricultores pequenos e médios da Linha São Luiz, pelo projeto Iguaçu, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), e da Emater-Paraná, atuaria inicialmente nos municípios de Capanema, Planalto, Pérola D´Oeste, Realeza e Santa Izabel do Oeste. O sócio Ernesto Nenning, um dos fundadores, lembra que 67 pessoas foram convidadas para reunião de criação, “todo mundo tava querendo fazer a cooperativa”.  

Um problema e a busca da união
A constituição da Coagro se deu por um problema que acontecia na Fronteira com os produtores rurais. “Uma cooperativa só faz sentido quando as pessoas têm um problema em comum. A nossa região plantava muito feijão preto e o grande consumo estava no Rio de Janeiro. A compra desse feijão era através Banco do Brasil, pelo AGF (Aquisição do Governo Federal), e a Cibrazem, que hoje é a Conab, tinha uma unidade em Capanema. As cerealistas faziam a compra do feijão, beneficiavam e estocavam. Aí eles pegavam o CPF do produtor e vendiam pro governo federal, através do Banco do Brasil, e ficavam com a maior parte. Então, a cooperativa solucionou parte deste problema. A cooperativa passou a fazer esse trabalho de passar o feijão para o governo federal, que distribuía pro Brasil inteiro através de empacotadoras. Esse foi o primeiro objetivo comum e deu certo”, lembra o presidente Sebaldo Waclawovicz.

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Crédito para custeio
Na sequência, a Coagro encarou outro desafio: a obtenção de crédito para o custeio da safra dos cooperados. “O grande chamarisco para os produtores foi o repasse dos financiamentos do custeio de lavouras. Como a agência do Banco do Brasil ficava em Francisco Beltrão e depois Santo Antônio, a Coagro buscava esse dinheiro para financiar as lavouras dos seus cooperados, do Banco do Brasil em Beltrão, e repassava para cada associado a sua parte no financiamento. Esse repasse de custeio de lavoura foi melhorando, trazendo muitos produtores para a sociedade da Coagro; a Coagro foi evoluindo, depois, para outros produtos, outras atividades e também fez a sua expansão para o interior dos municípios. A Coagro é muito forte no interior dos municípios.”

O presidente lembra de outra dificuldade que a instituição enfrentava depois de sua constituição. “No início a dificuldade era grande em termos de armazéns, daí foram construídos os graneleiros, daí veio a soja, o trigo, a mecanização da agricultura, foram feitos grandes e altos investimentos.” Com o passar do tempo, a cooperativa foi crescendo e investindo em novas instalações. Hoje são 15 unidades que operam com a venda de insumos e sementes, compra e venda de grãos, uma fábrica de rações, supermercados, além de um laticínio que funciona em parceria com a Central de Cooperativas Frimesa. Os produtos da Coagro levam a marca Notável. Mais de cinco mil produtores rurais integram o quadro associativo e a abrangência sobre oito municípios da Fronteira do Brasil com a Argentina.  As agroindústrias da cooperativa foram instaladas para agregar valor à produção e oferecer mais opções aos agricultores. Primeiro foi instalado o laticínio, depois a fábrica de rações, ambos em Capanema. Os planos, para breve, são de instalação de uma nova fábrica de rações no município de Planalto e a abertura de um supermercado em Ampere. Os supermercados atendem as famílias dos cooperados e as populações dos municípios onde eles estão instalados. 

Cinco décadas e uma missão
A cooperativa chega aos 50 anos com o dever cumprido e ciente de que um bom nome não se constrói da noite para o dia. São 260 colaboradores que diariamente têm como missão viabilizar economicamente o cooperado com insumos, serviço de assistência técnica, recebimento de grãos, armazenagem, comercialização dos produtos no tempo certo e com o melhor preço possível, rentabilizando a cooperativa, os cooperados e seus parceiros. Sebaldo salienta que a Coagro se mantém atualizada diante da nova realidade do agronegócio. “A gente foi se adaptando dentro daquilo que a evolução trouxe no meio rural. Hoje a agricultura e pecuária são totalmente diferentes do que há 50 anos atrás. E a Coagro, empresa, teve que se adaptar àquilo que a nova realidade trouxe para o meio rural.” A meta é crescer sempre.

Olha para as famílias
São muitas famílias que fazem parte do quadro social da Coagro. “Nós temos hoje mais de cinco mil famílias de cooperados e se a gente multiplicar por quatro por família são 20 mil pessoas. É em função das famílias dos cooperados que a cooperativa existe. Sem as pessoas, ela não existe. A Coagro é a empresa de confiança das famílias. Então nós temos garantido o sucesso para o nosso quadro de cooperados. É o item número 1 essa confiabilidade e segurança que o produtor precisa ter com a sua cooperativa”, salienta o presidente. 

Encarar as dificuldades
As dificuldades na vida das empresas, famílias e pessoas sempre surgem. Mas é preciso buscar as soluções, defende Sebaldo. “Claro que teve dificuldade [ao longo dos 50 anos da cooperativa], mas a gente nunca fugiu dos problemas. Eu sempre falo: Não lamente o problema, resolva o problema! Evite que ele aconteça novamente e vamos olhar pra frente. A humanidade sempre vai precisar de alimentos. E as cooperativas de produção estão aí pra cumprir esse papel nas pequenas propriedades, de produzir alimentos, industrializá-los e levar pro mercado consumidor e também pra exportação, porque o mundo inteiro precisa se alimentar. E o Brasil é um dos países com dimensões continentais, tem essa condição de aumentar a produção agrícola e também transformar em proteína animal. Então, o nosso futuro sempre terá espaço para crescer. Basta querer, trabalhar, que os frutos serão bons, se a gente plantar uma boa semente. Tudo isso é muito gratificante, e a todos eu só tenho que agradecer.” 

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