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Desde ontem, os ônibus da Guancino Transportes Coletivos voltaram a circular com a presença dos cobradores. Os profissionais tiveram os contratos suspensos temporariamente em junho, uma medida para compensar perdas em decorrência da queda de passageiros.
O afastamento era para durar dois meses, mas foi prorrogado até o limite do programa de manutenção de empregos do Governo Federal, que bancou os salários dos cobradores neste período.
Enquanto os profissionais estiveram afastados, os passageiros não podiam pagar a tarifa em dinheiro, somente com o cartão do transporte urbano. Mesmo assim, os usuários podiam embarcar e eram levados até o terminal para confeccionar o cartão e carregar os créditos.
Isso fez com que muita gente passasse a aderir à modalidade de pagamento e deixou o retorno dos cobradores mais tranquilo. “Hoje, a gente está mais na orientação, porque poucas pessoas estão pagando em dinheiro”, comentou um dos profissionais.
Ao todo, 16 cobradores ficaram afastados. Leonir Vais foi uma delas e conta que teve mais tempo em casa, com a família, mas com a renda afetada. “A parte ruim é que a gente tinha uma programação financeira e de repente teve essa suspensão e o salário foi afetado”, lamenta.
Isso porque os profissionais passaram a receber o teto do seguro-desemprego, valor menor que a remuneração dada pela empresa. Em alguns casos, a diferença foi pequena, mas em outros o benefício era até 25% menor que o salário. Esse período também não contou para férias, recolhimento de encargos e nem para pagamento do 13º salário.
Ano difícil para a empresa
A medida foi importante, segundo a direção da Guancino, para aliviar os custos de operação relativos à folha salarial. O administrador da empresa, Muran Almeida, alega que hoje são transportados apenas um quarto dos passageiros previstos.
Mas há perspectivas de melhoras para o sistema. “Estamos fechando um ano apavorante do ponto de vista financeiro, mas, com a criação da comissão que está estudando propostas para o transporte coletivo, temos boas perspectivas para 2021”, revela Almeida.
Além da redução dos passageiros transportados, a tarifa está congelada desde agosto de 2019. No ano passado, a empresa enfrentou duas paralisações de trabalhadores.
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