Geral
Nos últimos meses, os sucessivos aumentos no preço da gasolina vêm tomando o noticiário. Mas os reajustes no etanol, que por vezes passam despercebidos, também estão sendo sentidos pelos motoristas na hora de abastecer. Em Francisco Beltrão, o biocombustível custa, em média, 82% do preço da gasolina: R$ 5,34 contra R$ 6,55. O dado é do levantamento de preços do Procon, realizado no fim de outubro.
Em alguns postos, no entanto, a diferença é ainda menor e o etanol chega a custar 88% do valor do combustível derivado de petróleo. O JdeB encontrou uma diferença de apenas 80 centavos nesta semana. Com isso, os motoristas que possuem carros flex estão optando cada vez menos pelo etanol, já que, em tese, ele deve custar abaixo de 70% da gasolina para ser mais vantajoso. “No preço que está, não compensa mais vender etanol, mas ainda temos uma pequena quantidade em estoque, cerca de um décimo do que era comercializado há alguns meses; quase todo mundo migrou para a gasolina”, comenta a empresária Andressa Vanderlinde, dos Postos São Carlos.
Giovane Mosele, do Posto Mosele, também sentiu uma redução brusca na venda do biocombustível, mas diz que alguns motoristas ainda rodam com etanol. O mesmo ocorreu no Posto City Bell: “A comercialização de etanol caiu pra menos da metade, a de gasolina cerca de 7 a 10%, mas identificamos que estamos vendendo mais diesel, cerca de 10% de aumento na demanda”, relata o proprietário Alcindo Huning.
No Posto Vila Nova, as vendas têm se mantido em patamares próximos ao de antes da pandemia e, segundo o proprietário Cido Biavatti, a redução na venda de etanol foi pequena. Ele comenta que, apesar da regra geral dos 70%, muitos motoristas costumam fazer sua própria média de rendimento andando na gasolina e no etanol e por vezes acabam optando pelo segundo. “Tem as pessoas que usam o etanol por princípio, por ser um combustível mais limpo, mas boa parte das pessoas faz as contas de quanto custa o quilômetro rodado, de acordo com seus hábitos de condução e o modelo do veículo, e chega à conclusão de que o biocombustível continua sendo mais vantajoso. Aqui no posto, por exemplo, hoje a proporção está em 79%.”
Influências
A elevação nos preços da gasolina é consequência da valorização do petróleo (devido à redução na produção pelos principais produtores), alta do dólar e aumento da demanda mundial pelo combustível.
No caso do etanol, a quebra na produção de cana foi devido à estiagem.
