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segunda-feira, 26 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Combustível: Saiba o que fazer para ter consumo mais eficiente e reduzir emissão de poluentes

Alimentar os veículos com combustíveis de boa qualidade é o primeiro passo para fazer o motor render mais e aumentar o intervalo entre manutenções.

 

Marcelo Da Correggio no laboratório de aulas práticas do Senai.

 

O escândalo recente na Volkswagen, que admitiu utilizar softwares em seus carros a diesel para burlar os testes de emissões de poluentes nos Estados Unidos, vai fazer com que 17 mil unidades da picape Amarok, anos 2011 e 2012, sejam convocadas para recall no Brasil (veja, no box, as numerações de chassi). Por falar em emissão de poluentes, você sabe qual tipo de combustível polui mais? E como fazer para que gasolina, álcool e diesel, com o preço altíssimo do jeito que estão, rendam melhor?
Para responder a essas perguntas, o JdeB procurou o engenheiro mecânico Marcelo Monteiro Da Correggio, que também é coordenador do curso técnico em Manutenção Automotiva do Senai, em Francisco Beltrão. Segundo Marcelo, o motor movido a gás natural veicular (GNV) é o que polui menos o ar, visto que não há emissão de partícula sólida, ou seja, é completamente desprovido de fuligem. Mas há um problema neste tipo de combustível, que é a geração de CO2 (gás carbônico).
“O carbono utilizado nesse gás inicialmente está no subsolo, de onde o homem tira com a prospecção de petróleo e ele é liberado no ambiente de novo. Se pensarmos no ciclo do gás carbônico, o melhor combustível é o álcool, porque a cana-de-açúcar cresce transformando em oxigênio o gás carbônico da atmosfera e, depois, é transformada em álcool que, quando queimado, devolve CO2 para o ambiente. O pior, neste caso, seria a gasolina, que, além de gerar fuligem, vai exigir da natureza milhões de anos para se recuperar das emissões”, explica o engenheiro. O problema do álcool, contrapõe Marcelo, é que onde se planta cana poderia ser plantado arroz, feijão. “Quer dizer, a nossa floresta energética alimenta os carros e não as pessoas”, diz.
Com relação ao diesel como combustível, por conta do Ciclo de Carnot, que é o ciclo de rendimento dos motores de combustão interna, ele tem 1% a mais de eficiência com relação à gasolina, o que proporciona mais rendimento e torque melhor, embora menos potência. “O problema do diesel é a manutenção, que é mais cara quando acontece.”
Motores menores, como os das motos, evidentemente queimam menos combustíveis e a emissão é menor. Porém, de acordo com Marcelo, não se deve correlacionar o tamanho do motor com a emissão do poluente, mas ao fato de a moto existir e ter uma proporção entre consumo e poluição. “Até 2009 as motos não eram regulamentadas quanto à emissão de poluentes e, proporcionalmente, era o veículo que mais poluía no Brasil. Após a regulamentação, começaram a surgir motos com injeção eletrônica e sistema flexpower”, relata.

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Consumo mais eficiente
No dia a dia, alguns atos permitem que o motor trabalhe com mais eficiência: sempre abastecer combustível aditivado e de marca de qualidade; manter pneus calibrados, geometria da suspensão alinhada; evitar carregar peso morto dentro do veículo; trocar as velas no período indicado.
“O pessoal costuma carregar todo dia coisas que só usa uma vez por semana. Fiz um cálculo com o meu carro envolvendo o consumo dele completamente carregado e comparei ao consumo com ele descarregado. Para cada 1 kg de coisas que não servem para nada, roda-se 1,9 metro a menos por quilômetro. Isto é, se você carrega 10 kg, são 19 metros por quilômetro. Em 100 mil quilômetros dá um tanque de combustível, pode parecer pouco, mas é economia”, ensina Marcelo.
Usar combustível de qualidade menor pode parecer econômico em uma análise financeira inicial, no entanto, produzirá mais poluição e resíduos de carbono dentro do motor, encostando mais rapidamente o carro numa oficina. “O dinheiro que se gasta a mais na gasolina não vai para o mecânico. Minha mãe diz que, se não gastarmos dinheiro com salada, gastaremos com médico. É a mesma coisa com o carro.”
Certo momento, no entanto, a manutenção chega. Nessa hora, deve-se cuidar o nível de uso das velas – que têm limite de idade de acordo com cada fabricante -, fazer teste de resistividade em cabo de vela; e, dependendo do tipo de combustível utilizado, fazer uma boa limpeza no sistema de alimentação (bico injetor). “Tenho uma Parati antiga com a qual rodei 100 mil quilômetros abastecendo só com combustível aditivado. Precisei limpar o carburador uma única vez e não porque ele estava sujo, mas porque teve um vazamento devido à idade do retentor”, lembra o engenheiro.
O filtro de ar também tem papel decisivo no consumo e deve ser trocado, em média, a cada 10 mil quilômetros. O mesmo vale para o filtro de combustível. Uma direção mais tranquila, sem arrancadas bruscas e amenizando o “freia e acelera” da cidade, também ajuda a poupar combustível.

Numeração de chassis afetados da VW

Amarok no Brasil
Amarok 2011 – BA000257 até BA000338
Amarok 2011 – B8000200 até B8082605
Amarok 2012 – CA001950 até CA026145

 

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