O desempenho do comércio no acumulado do ano foi negativo em todas as regiões pesquisadas pela Fecomércio. Maringá teve a menor queda, com -1,02%. Na sequência ficou Ponta Grossa (-5,4%), região Oeste (-6,5%), Sudoeste (-9,07%), Londrina (-10,06%), Curitiba e Região Metropolitana (-10,45).
O setor de vestuário e tecidos foi o que mais vendeu na região Sudoeste em 2015. Segundo pesquisa da Fecomércio-PR, o saldo no ano foi de crescimento de 7,84% nas vendas, de 6,57% nas compras e incremento de 8,39% na folha de pagamento. Foi o único ramo entre os 12 pesquisados que teve resultado positivo, os demais tiveram retração em função da crise econômica, conforme o levantamento. De forma geral, o comércio teve uma queda de 9,07% na região e as compras de 15,24% (para formação de estoque).
O empresário Ladi Dal Bem, da Mavidal Confecções e presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Francisco Beltrão, afirma que como qualquer outro negócio, o de confecções teve empresas que venderam mais e outras que venderam menos. “Eu acredito que como estávamos vivendo um momento de euforia, com metas tendo que aumentar todo mês, agora estamos tendo que se adaptar e voltar ao normal.”
De acordo com ele, muitas empresas do setor diminuíram seus custos para se ajustar à crise. “Como tivemos vendas um pouco maiores, claro que nada comparado aos anos de 2012, 2013 e 2014, o lucro foi bom. Mas isso dependeu muito de como cada empresário geriu seu empreendimento”, observa. Ladi salienta que as empresas de facções – que costuram de forma terceirizada e trabalham com margens menores – é que sentiram mais os efeitos da retração econômica. “Indústrias que possuem marcas tradicionais tiveram que se adequar, porém estão conseguindo sobreviver.”
No Paraná
A pesquisa de abrangência estadual também revela números interessantes. Os únicos setores que obtiveram resultado positivo no ano passado foram os supermercados e as livrarias e papelarias, com aumento de 6,82% e 4,86%, respectivamente. Os demais ramos amargaram perdas. As quedas mais expressivas foram registradas pelas concessionárias de veículos (-26,58%), autopeças (-17,31%) e lojas de departamentos (-13,38%).
Livrarias e papelarias tiveram boas vendas na média do Estado, contudo, no Sudoeste foi o setor com o pior resultado em 2015. Teve uma redução de 28,75% nas vendas e de 10,51% no nível emprego. Mas se o ano, como um todo, não foi bom, o mesmo não pode se dizer do mês de dezembro. A expectativa do Natal sempre melhora as vendas no período e no ano passado não foi diferente, pois o aumento das vendas com relação ao mês de novembro foi de 23,64%. Quem se destacou foi justamente o setor de livrarias e papelarias que aumentou seus negócios em 268,48%, seguido de móveis e utilidades domésticas (80,34%), vestuário e tecidos (61,77%), óticas (42%) e supermercados (35,7%). O empresário João Manoel Rios, proprietário da Livraria Fonte Nova, em Francisco Beltrão, salienta que no mês de dezembro muitas famílias antecipam as compras dos materiais escolares. Ele confirma que o setor sentiu diminuição do movimento em virtude da crise. João ressalta que os administradores do setor estão tendo que usar a criatividade para enfrentar esse momento de recessão. “Não dá pra perder oportunidade, tem que tentar aumentar as vendas com promoções e aumentar as vendas corporativas, para não ficar dependente apenas das vendas de balcão”, pontua.
A pesquisa aponta ainda que houve uma redução de 2,97% nas vendas e de 3,88% nas compras dos supermercados. O diretor da Rede Forte de Supermercados, Denilso Baldo, informa que os dados não batem com o levantamento interno, pois, na média, as lojas da rede tiveram um crescimento médio de 10% no ano passado. “Algumas mantiveram as mesmas vendas do ano anterior. Muitos dos nossos empresários sabem que quando se tem crise é preciso investir, trabalhar mais e reduzir custos. Se considerar todos os supermercados pode ter ocorrido queda, mas no caso da Rede Forte algumas empresas se sobressaíram.” Denilso conta que os empresários do setor estão em busca de comprar melhor, encolher as despesas para manter os preços competitivos para o consumidor. No atacado por exemplo a venda aumentou 26%, descontando a inflação do período o saldo positivo foi de 15,5%. A Rede Forte representa mais de 100 mercados, dos quais pelo menos 70 são do Paraná.
Vendas do comércio varejista registram queda no Paraná e no Brasil, mostra IBGE
AEN – O volume de vendas do comércio de varejo paranaense caiu 9% em dezembro de 2015 em relação ao mesmo mês de 2014. Na média nacional, o recuo foi de 7,1% segundo a Pesquisa Mensal do Comércio realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado não considera os ramos de veículos, motos e material de construção.
Os principais responsáveis por esse resultado foram os setores de equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-26,6%), móveis (-21,6%), artigos de uso pessoal e doméstico (-15,2%), combustíveis e lubrificantes (-12,7%), livros, jornais revistas e papelaria (-12,7%), eletrodomésticos (-12,3%), tecidos, vestuário e calçados (-9,4%) e hipermercados e supermercados (-6,6%).
No acumulado de janeiro a dezembro de 2015, o comércio varejista do Estado recuou 3,2% ante decréscimo de 4,3% na média nacional. As principais contribuições negativas vieram dos ramos de móveis (-17,2%), livros, jornais, revistas e papelaria (-12,8%), tecidos, vestuário e calçados (-10%) e eletrodomésticos (-7,9%).