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sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

Comércio deve ter a melhor contratação de temporários desde 2013

Geral

Comércio está contratando temporários para o fim do ano. Candidatos às vagas precisam ter qualificação. Porém, em boa parte dos casos os contratos se tornam permanentes.

O comércio varejista brasileiro deve ter a melhor contratação de trabalhadores temporários para o Natal desde 2013, de acordo com a previsão divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC). Segundo o economista sênior da CNC, Fabio Bentes, as contratações no comércio vinham crescendo desde o fim de 2016, lentamente, embora sem alcançar o ritmo observado em 2013 (115,5 mil), até que veio a pandemia, no ano passado, e as contratações despencaram de 91,6 mil trabalhadores, em 2019, para 68,3 mil, em 2020. Esse foi o menor número desde 2015 (67,4 mil).

Para 2021, a expectativa é de mais de 94,2 mil vagas para atender ao movimento de fim de ano no País. Fabio disse à Agência Brasil que caso a previsão seja confirmada, nesse ano a contratação de temporários será a de maior número desde 2013. A previsão é de que as vendas devam crescer pelo menos 3,8%, no Natal. O economista esclarece que apesar do cenário de inflação elevada e de juros mais altos, o que está fazendo com que as vendas e, em consequência, as contratações evoluam, é o aumento da circulação dos consumidores, além do comércio eletrônico que tem registrado aumento nas vendas.

Falta qualificação
Apesar de todo otimismo para a contratação de temporários para o fim de 2021, especialmente para o período de vendas relativas ao Natal, na região Sudoeste, em grande parte, as coisas não estão acontecendo dessa forma. Não pela falta de vagas, muito menos pela falta de vontade dos empresários em contratar novos funcionários (que ao fim do contrato temporário podem ser efetivados). O que atrapalha, tanto quem precisa contratar, quanto quem precisa do emprego, é a falta de qualificação dos candidatos às vagas no comércio. Mesmo assim, os empresários estão otimistas com relação às contratações temporárias, porque sentem que o movimento deve ser muito maior do que o registrado em 2020.

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Banco de Talentos
O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Francisco Beltrão, Davi Nesi, acredita que o final de 2021 vai proporcionar a maior oferta de vagas temporárias dos últimos anos no comércio. “Principalmente porque muitas das vagas efetivas foram fechadas em 2020 em função da pandemia. Agora, o comércio deve compensar essas vagas porque, além de tudo, a expectativa de boas vendas anima os empresários.”
A CDL, de Francisco Beltrão, está intermediando o contato entre os empresários e os candidatos às vagas por meio de um banco de dados de quem busca o emprego. “Temos um projeto chamado Banco de Talentos, por meio do qual, oferecemos aos nossos associados a oportunidade de contratação. Sentimos um aumento considerável na busca por vagas já durante o mês de setembro. É a oportunidade para que os candidatos que forem contratados temporariamente possam se fixar no emprego, tão desejado.”


Falta pode aumentar

Para Rogério Sidral, presidente da Associação Empresarial de Dois Vizinhos (Acedv/CDL), normalmente o comércio já tem uma grande carência de funcionários e que com a chegada do período das festas, esse número pode aumentar ainda mais, justamente pela falta de qualificação de mão de obra. “Já temos essa carência de 6% a 8%, sem ser época de fim de ano. Com a demanda por trabalhadores agregada à carência do mercado, esse número pode chegar aos 30%. Esperamos que tenha mais pessoas qualificadas disponíveis, porque o temporário pode ser efetivado depois. É preciso demonstrar empenho, vontade e dedicação.”


Aumento de 3% a 5%
O presidente do Sindicato Patronal do Comércio Varejista (Sindicomércio) de Pato Branco, Ulisses Piva, observa que o aumento do número de vacinados contra a Covid-19 e a diminuição do número de casos da doença está fazendo com que as pessoas comecem a retomar alguns hábitos, como ir às compras.
“Há a expectativa de que o final do ano seja de aquecimento nas vendas e, claro, será necessário contratar temporários para o comércio. É difícil prever, mas estimamos que o aumento fique entre 3% e 5% em Pato Branco.”


Boa projeção

O empresário Valdecir Perondi, do Oba Oba, de Francisco Beltrão, diz que pretende contratar mais oito funcionários para o fim do ano, sendo cinco efetivos e três temporários. Ele afirma que está muito otimista com relação ao aumento nas vendas do fim do ano, principalmente com relação a 2020, quando o comércio foi um dos setores mais prejudicados pela pandemia da Covid-19. “Nossa expectativa é das melhores, porque no ano passado estávamos no forte da pandemia, todos com muito medo e bastante apreensivos. Nesse ano percebemos que as pessoas estão mais empolgadas.”
Valdecir Perondi trabalha com muitos produtos importados e diz que uma de suas preocupações é com a falta de mercadorias para atender o mercado consumidor. Em função da pandemia, como muitas indústrias deixaram de produzir, faltou matéria-prima para a fabricação de diversos produtos em vários setores da economia.
“Tem muita indústria que está encerrando seus pedidos para o final do ano. Estamos enfrentando bastante dificuldade com relação às mercadorias importadas e mesmo com algumas indústrias nacionais que também não estão mais recebendo pedidos. Mas estamos com expectativa boa e acredito que as pessoas estão mais empolgadas em fazer um Natal mais feliz.”

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Buscar capacitação

Paulo Sério Bueno, presidente da Coordenadoria das Associações Empresariais do Sudoeste do Paraná (Cacispar), vê com bons olhos a volta do otimismo dos empresários com relação aos consumidores. “Esse é um sinal de que a economia está andando, apesar de tudo. A oferta de emprego é sempre um fomento à economia local e demonstra que vai ter atendimento no âmbito social, que é a oferta de emprego.”

Apesar desse otimismo, Paulo lamenta o fato de que a falta de capacitação, muitas vezes faz com que pessoas interessadas não ocupem as vagas disponíveis.
“Nossa preocupação é com a qualidade de vida das pessoas e isso está muito relacionado à geração de renda. Por isso as pessoas precisam buscar a capacitação e estarem preparadas, não somente para as vagas temporárias, mas para as permanentes também.”

Voltando ao normal
De acordo com Douglas Benetti, do Grupo Safira, de Francisco Beltrão, o número de contratação de temporários deve ser de 10% a 15% maior, com relação ao número de funcionários que tem atualmente nas suas lojas. “Vamos fazer essas contratações e existe a possibilidade de esses funcionários serem efetivados. A CDL está montando um banco de dados das pessoas que estão indo ao comércio distribuir currículos. A preferência é sempre pelo primeiro emprego, que as pessoas possam ter essa formação.”

O empresáro afirma que muitos dos funcionários temporários que contratou há algum tempo, estão até hoje trabalhando com ele. Com relação ao movimento, Douglas acredita que já está voltando ao normal e ele diz que em um setor as vendas não diminuíram, mesmo depois de decretada a pandemia. “As pessoas estão com essa necessidade de sair e o movimento vai voltar ao normal. O setor de fitness (equipamentos de ginástica e musculação) não parou e até aumentou bastante porque as pessoas passaram a se preocupar mais com seu bem estar. A pandemia veio para mostrar um outro lado da vida.”
(Com informações da Agência Brasil).

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