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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Comilanças de fim de ano agravam casos de refluxo

Geral

O refluxo acontece quando os conteúdos do estômago e do intestino (a bile) retornam ao esôfago.

A combinação entre comidas pesadas, muita bebida e refeições em grande quantidade feitas tarde da noite, definitivamente, não é adequada para quem sofre da doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), um mal que atinge, segundo dados da Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG), 30% da população adulta do Brasil.

Os excessos cometidos nestes períodos festivos agravam os sintomas de quem tem a forma crônica da doença. “O refluxo acontece quando os conteúdos do estômago e do intestino (a bile) retornam ao esôfago, fazendo com que a mucosa esofágica seja agredida. Então, quando o indivíduo come muito, e isso é bem comum nesta época de festas de fim de ano, esse conteúdo dentro do estômago estimula uma produção maior de ácido [gástrico] e outras secreções, e num dado momento isso é refluído, ou seja, sobe e retorna para o esôfago”, explica o cirurgião e endoscopista bariátrico Sérgio Barrichello (CRM: 111301-SP).

Segundo outro especialista, o cirurgião do aparelho digestivo, professor de Medicina e membro titular especialista do Colégio Brasileiro de Cirurgia Digestiva, Cesar Wakoff (CRM 744220 RJ), o refluxo crônico pode ser percebido em pacientes que apresentam com frequência sintomas como azia, queimação estomacal, arrotos frequentes, dor retroesternal, náuseas e intolerância a alguns tipos de alimentos, como massas e frituras. “Muitas vezes esses sintomas fazem com que a qualidade de vida dos pacientes caia bruscamente. Muitos acordam com refluxo, possuem tosse crônica, podem ter pneumonia por aspiração do líquido refluído do estômago. Também não conseguem se alimentar adequadamente, alterando a sua vida social”, afirma o especialista.

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Relaxando nos cuidados
De acordo com o cirurgião do aparelho digestivo, doutor em cirurgia clínica e professor adjunto da Escola de Medicina da PUC-Paraná, Flávio Ivano (CRM 10425 PR ), os episódios de refluxo costumam ser mais frequentes e intensos nesta época do ano, pois as pessoas acabam relaxando nos cuidados com a alimentação e consumindo alimentos que agravam ainda mais os sintomas da doença. “Todo o excesso alimentar aumenta a chance de refluxo gastroesofágico, e isso inclui alimentos mais gordurosos, frituras, condimentados, bebidas mais ácidas (como os refrigerantes). Tudo isso é contraindicado para portadores de doença do refluxo gastroesofágico”, destaca o especialista.

O médico lembra que as bebidas alcoólicas são outro fator preponderante para a ocorrência do refluxo gastroesofágico. “O álcool, além de ser uma substância altamente prejudicial à mucosa esofágica, dependendo da quantidade, pode ser bastante calórico e assim contribuir para o aumento de peso, que também piora o quadro de refluxo”, explica Flávio Ivano.

 

Com moderação
De acordo com o médico Flávio Ivano, quem já sabe que tem a doença do refluxo e quer festejar neste fim de ano, precisa, mais do que nunca, seguir a linha da moderação e da disciplina. “Evite as bebidas alcoólicas e também os alimentos gordurosos, as frituras, condimentados, ácidos. Mantenha a rotina de comer porções menores e mais vezes ao dia. Não coma muito antes de dormir e espere ao menos duas horas após sua última refeição para ir se deitar. Para evitar os sintomas noturnos, eleve a cabeceira da cama”, orienta o médico.

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