Geral
Crianças que convivem em lares violentos costumam assistir, ouvir e intervir em situações de violência doméstica. A gravidade dessa violência é tão notória, que até mesmo as crianças presentes no ambiente doméstico são atingidas por elas, em diferentes esferas de desenvolvimento. Portanto, é importante dar atenção aos sinais manifestados pelas crianças, bem como ouvi-las e acolhê-las. Vivenciar a violência doméstica pode gerar traumas em crianças e influenciar significativamente sua socialização, sendo possível considerar a exposição à violência doméstica como uma forma de maus tratos psicológicos. Nesse sentido, crianças que presenciam violência doméstica correm o risco de enfrentar diversos problemas psicossociais. As crianças podem reagir de muitas maneiras ao presenciar a violência doméstica: podem intervir, se isolar ou se tornar agressivas. Tendem a desenvolver problemas psicológicos, emocionais, comportamentais, sociais e escolares. Podem, de igual maneira, reproduzir atitudes inadequadas a respeito de violência como forma de resolver conflitos, utilizando-a em diversas situações em que forem inseridas, e ao mesmo tempo, podem ter crenças fortes de que são responsáveis pelos conflitos entre seus familiares. Afirmamos que as mais variadas formas de violência são prejudiciais a qualquer indivíduo, porém, quando o público é infantil, ameaça o desenvolvimento do mesmo, independentemente da sua faixa etária. Portanto, as consequências vão além, a longo prazo podem desenvolver ações que são fruto da relação com a violência doméstica, sendo mais agressivos ou até mesmo se culparem pelos conflitos familiares vivenciados. Conforme dispositivos de proteção integral, as crianças e aos adolescentes, aliados à Lei Maria da Penha, percebe-se a necessidade de combater a violência doméstica em sua totalidade, para que assim não se produzam os efeitos graves da violência, e não ocorra a reprodução dessa cultura.