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Francisco Beltrão
quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Consumo Consciente: O caminho para a moda sustentável

Por Douglas Cadore – Consultor de imagem e estilo especialista no púbico masculino. Instagram: @douglas_cadore

Douglas Cadore.

A indústria da moda, com um certo “delay”, finalmente foi alcançada pelas práticas de sustentabilidade tão necessárias no mundo moderno que vivemos. Vivemos em tempos de revolução tecnológica, também conhecida por terceira revolução industrial. É um período recente de nossa história, que se inicia no séc. XX entre as décadas de 50 e 70, e é caracterizada por ampliar a participação da ciência e da tecnologia na produção, propiciando à humanidade condições para atender ao demandado por uma superpopulação que já ultrapassa os 7,5 bilhões de pessoas.

A ciência e tecnologia deram condições para que produzíssemos mais com menos recursos naturais. E isso está ligado ao conceito de desenvolvimento sustentável que visa suprir as necessidades da atual geração, garantindo a capacidade de atender as necessidades das gerações futuras. E a indústria da moda? Como ela se integra nesse mundo contemporâneo, no qual práticas sustentáveis são tão ou mais importantes que a produção em escala?

Muito por conta da conscientização dos consumidores modernos que estão mais antenados às práticas sustentáveis e que exigem das marcas atitudes que venham ao encontro da sustentabilidade, estamos vendo um movimento de incorporação de tecidos e materiais sustentáveis em roupas e calçados, além da adoção de sistemas de produção que reduzem as agressões ao meio ambiente.

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Mas aplicar o conceito de sustentabilidade na moda não é tão simples assim. Esse conceito deve ser entendido e aplicado no contexto da cadeia produtiva da indústria da moda, ou seja, deve perfazer todo o processo, desde a produção das fibras (sejam elas naturais ou artificiais) até o consumo final e descarte das peças. É um longo caminho, várias etapas a serem reestruturadas pensando não somente em aspectos ambientais, mas no tripé sócio/econômico/ambiental.

Os primeiros passos estão sendo dados. Grandes marcas vêm investimento massivamente em processos que caminham em direção à sustentabilidade de produção, o que, com ciência e tecnologia aplicada não é impossível de ser alcançada. Entretanto, como mencionei, precisamos observar o contexto todo da indústria da moda, na qual a sustentabilidade passa também pelo consumidor final e sua conscientização em relação ao próprio consumo das roupas e ao seu descarte. E esse para mim é um dos aspectos mais importantes a serem mirados na busca da sustentabilidade na indústria da moda.

Dados mostram que 30% das peças compradas são descartadas (jogadas no lixo) em menos de 1 ano. Ainda, uma a cada 5 peças produzidas são descartadas sem nunca terem sido usadas. Isso é um forte indício do consumo indiscriminado, sem consciência, sem planejamento… enfim, sem controle. Compramos sem a real necessidade, muitas vezes por impulso. Não exploramos o máximo do uso das peças e para fechar o pacote de atrocidades, jogamos no lixo, sem pensar em reuso, reciclagem ou ressignificação das roupas.

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Como consumidores, devemos assumir nossa parcela de responsabilidade. Entender que atitudes sustentáveis não são coisas que os outros devem fazer por nós, que apenas as marcas devem pensar em formas de inserir a sustentabilidade na moda. Só vai funcionar quando o coletivo for consciente das mudanças necessárias, quando entendermos que somos parte desse coletivo e precisamos fazer nossa parte.

Então na hora de consumir moda, vestuário, pense e repense a compra que está prestes a fazer. Será que ela é mesmo necessária? Ou você está comprando para usar poucas vezes, deixar no fundo do armário e depois jogar no lixo (contribuindo para aqueles dados)? Pode parecer insignificante, mas sua contribuição é necessária e exemplar. Seja você um agente da transformação, um agente da sustentabilidade. Suas atitudes podem sim mudar o mundo. Reflita..

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