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Francisco Beltrão
quarta-feira, 28 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Continuidade da greve dos professores preocupa pais e alunos da região

Pais que têm condições financeiras buscam o ensino privado para não deixar os filhos sem estudo.

 

Em frente ao Colégio Mário de Andrade, faixa assinada pela APP-Sindicato.

 

Sem acordo na reunião entre representantes do Fórum das Entidades Sindicais do Paraná e das secretarias de Educação e Administração e Previdência do Paraná, terça-feira, 12, a greve dos professores do Paraná vai continuar. Com a decisão, milhares de estudantes da rede estadual de ensino continuam fora das salas de aula. 
Nesse cenário, pais que têm condições financeiras e não querem mais deixar os filhos parados começaram a procurar instituições privadas de ensino. O diretor geral do Sistema Águia de Ensino, de Pato Branco, Irineu Ferraz, conta que muitas famílias da região optaram em não esperar o fim da greve. “Tivemos uma procura muito grande por vagas em todas as séries, do 6º ano ao 3º ano do Ensino Médio. A gente não consegue mais atender nem Pato Branco e nem Beltrão”, conta Irineu.
Fabíola Sachser, secretária do Águia, reforça: “A procura está grande mesmo. Só hoje já matriculamos três novos alunos em Beltrão. Os pais não querem mais saber dos filhos parados”.
E não é só no Águia que a procura cresceu. A irmã Cristiane Martins da Rocha, diretora do Colégio Nossa Senhora da Glória, conta que ainda não chegou a efetivar nenhuma matrícula nesta semana, “mas tivemos bastante procura. Os pais estão demonstrando muita preocupação”.

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Receio de perder o ano
Essa preocupação que os pais demonstram é ainda maior para os estudantes do 3º ano do Ensino Médio, que pretendem prestar provas do Enem e Vestibulares ainda em 2015. “Pedagogicamente a gente entende que o Enem não gera impasse porque ele contempla conteúdos do 1º, 2º e 3º anos do Ensino Médio, não só conteúdo científico, mas também assuntos gerais que estão na mídia. O que nós estamos garantindo aos alunos é que eles terão os 200 dias letivos garantidos”, diz a presidente da APP – Sindicato, núcleo de Pato Branco, Ana Paula Dal Prá.
Ainda assim, apesar da garantia da APP, os estudantes temem que quanto mais a greve se estender, menor vai ser a chance que os conteúdos sejam completamente vistos ou revistos até a realização dos exames.

 

Pais organizam passeata pela volta às aulas

Por não aguentar mais ver seus filhos em casa, sem estudo, alguns pais e mães de Francisco Beltrão estão organizando uma passeata pelo centro da cidade, no Calçadão, em defesa da volta às aulas. O ato público foi marcado para as 9 horas de sábado, dia 16.
“Não vamos levantar nenhuma bandeira política, nem reclamar de professores ou do governo. Só estamos pedindo a volta às aulas”, conta a comerciante Jucimara Thomé, organizadora do evento.
Jucimara é comerciante e tem dois filhos matriculados em colégio da rede estadual. “E eu não coloco em colégio particular porque não temos condições para isso”, conta Jucimara.
Muitos pais, como Jucimara, voltam para casa diariamente e ver seus filhos fora da escola. E eles não sabem mais para onde correr. Sem condições financeiras para uma escola particular e uma voz que parece baixa demais para mudar alguma coisa, só resta a esses pais esperar. 
Ou seguir a iniciativa de Jucimara e unir essas vozes que parecem baixas demais e tentar se fazer ouvir no Calçadão de Beltrão. 
Mas Jucimara lamenta, dizendo que “com certeza estou com medo pelo futuro da escola pública”.

 

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