Ex-prefeito não vê cenário polarizado na próxima eleição presidencial.
Vilmar Cordasso mandou o seguinte comentário para o Jornal de Beltrão, sobre as eleições presidenciais de 2022. Confira:
“Eu tô mais animado hoje. Na votação anterior, 30% votou no Bolsonaro por convicção, o restante votou contra o PT, não votou no Bolsonaro, assim como eu e muita gente. O que eu vejo pro futuro? É bom falar agora pra não falar mais tarde — fazer comentário depois do jogo é fácil, quero ver antes.
Tô dizendo há algum tempo que, graças a Deus, vai surgir uma terceira via. Por quê? Porque se você falar com todas as pessoas que não são radicalmente a favor do Bolsonaro ou radicalmente a favor do Lula, isso vai dar um 60% da população, porque 20% de cada lado não vai mudar nunca.
Se você falar com essas pessoas, vai sentir um sentimento diferente, de angústia; os entendidos chamam isso de inconsciente coletivo. Tô dizendo há muito tempo que o inconsciente coletivo dos brasileiros é de que precisamos colocar um terceiro nome.
Os primeiros que surgiram foram desaparecendo: o Huck desapareceu, renovou com a Globo; o pessoal não quer o Doria, realmente vai ser um empecilho dentro do PSDB, pode atrapalhar muito e o pessoal não quer; o Ciro perdeu apoio do PSB, porque com a ida do Flávio Dino e do Freixo pro PSB, significa claramente que o PSB vai apoiar oficialmente o Lula, não o Ciro. Acho que o Ciro tá fora do jogo.
O que temos de novo, hoje? Se falou esses dias do Pacheco, do PSD, não digo que não, é um nome novo e se expressa bem, embora não tenha experiência de governar. Mas eu sou entusiasta do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que não tava ainda aparecendo. Se o PSDB abrir um espaço pra ele, é alguém que foi prefeito, isso é uma pós-graduação, agora ele é governador, isso é um mestrado de administração pública; ele se expressa bem, o Rio Grande do Sul está se recuperando, lógico que tem as críticas, mas quem não enfrenta críticas não vai fazer reforma nenhuma.
Lembro dos meus primeiros dois anos: sofri mais críticas que elogios, muito mais, mas valeu a pena. Me parece que o Leite, de repente, pode ser uma opção. Esse sentimento de que precisamos entrar no meio, e não deixar nenhum nem outro assumir, me parece que vai prevalecer. Estou otimista com essa tese, caso contrário, seria muito triste.”
Vilmar Cordasso
prefeito de Francisco Beltrão de 2001 a 2008
