Criação de emprego com carteira assinada bate recorde
(AE) – O setor formal da economia criou em agosto 229,7 mil empregos com carteira assinada, segundo os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados ontem pelo Ministério do Trabalho. Foi o melhor resultado para o mês de agosto desde o início da série, em 1992, e o segundo maior resultado positivo deste ano. Somente maio foi melhor, com a criação de 291,8 mil vagas.
De janeiro a agosto, o Caged apresenta um acréscimo de 1,466 milhão de contratações no País. Em agosto de 2003, as admissões haviam superado as demissões em apenas 79,7 mil vagas. Nos oito primeiros meses do ano passado, o saldo era de 677,9 mil postos.
O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, comemorou o resultado, mas admitiu que o governo precisa continuar buscando formas de inserir mais pessoas no mercado formal, em razão do grande número de desempregados. Segundo ele, a meta do ano é chegar a 1,8 milhão de novos postos formais. Considerando as vagas informais, as domésticos e as públicos, o País poderia atingir a marca de 3 milhões de novas ocupações.
De acordo com o Caged, todos os grandes setores da economia contrataram mais que demitiram no mês passado: serviços abriram 74 mil vagas, a indústria de transformação, 72,2 mil, e o comércio, 50,4 mil. No acumulado do ano, a indústria lidera a recuperação do mercado formal, totalizando 454,5 mil postos, impulsionada principalmente pela indústria de alimentos, que ampliou o número de empregados em 119,2 mil.
Construção civil
Outro destaque é o setor de construção civil, que acumula no ano a abertura de 90 mil vagas, contra fechamento de 14 mil nos oito primeiros meses de 2003. Para Berzoini, a recuperação do setor é reflexo da retomada da economia e do setor imobiliário, em particular, além das medidas de incentivo adotadas no fim do ano passado. O setor de agronegócios, que liderou a criação de vagas no mercado de trabalho em 2003, vive agora uma certa estabilidade, sendo responsável por 281,5 mil vagas até agosto.
O Caged é um cadastro elaborado pelo Ministério do Trabalho com base nas informações mensais das empresas sobre demissões e admissões. Já os índices de desemprego elaborados pelo IBGE e pelo Dieese pesquisam quem está à procura de emprego e considera o mercado informal de ocupações. Para o ministro, o movimento recente de greves é reflexo da recuperação econômica, que fortalece os trabalhadores e os sindicatos na luta pela recomposição da renda perdida em anos anteriores. O ministro disse que o governo não deverá interferir na greve dos bancários por exemplo, porque estaria havendo um diálogo entre as partes.
