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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Crise começa afetar consumo das famílias

Segundo dados do IBGE, o consumo das famílias caiu 1,5% no primeiro trimestre de 2015 em relação ao quarto trimestre de 2014.

 

Com a crise, as famílias tendem a evitar gastos supérfluos e priorizar o básico como alimentação, moradia, vestuário, saúde e educação. 

A crise que assola a economia brasileira, com previsão de queda no PIB (Produto Interno Bruto), está afetando diretamente as famílias. O brasileiro está tendo que puxar o freio, evitar o consumo de supérfluos e quitar dívidas para não sofrer com as altas taxas de juros. 

Segundo dados do IBGE, o consumo das famílias caiu 1,5% no primeiro trimestre de 2015 em relação ao quarto trimestre de 2014. Na comparação com o primeiro trimestre do ano passado, o consumo das famílias mostrou queda de 0,9%. O primeiro trimestre é sempre o mais difícil do ano, com tributos, gastos escolares e, para piorar, veio acrescido de elevação de preços.
O economista José Maria Ramos disse que o aumento da inflação desse começo de ano atingiu setores administrados da economia e com aumentos de preços significativos. “A população não teve alternativa a não ser fazer alguns cortes de despesa, que no conjunto afetam a dinâmica da economia não só dos setores que tiveram alta de preços, mas também no setor de serviços.” 
O consumo do governo, por sua vez, caiu 1,3% no primeiro trimestre de 2015 em relação ao quarto trimestre de 2014. Já em relação ao primeiro trimestre do ano passado, o consumo do governo mostrou queda de 1,5%.
As quedas do consumo das famílias e do consumo do governo no primeiro trimestre de 2015 ante o trimestre imediatamente anterior foram as maiores nessa base de comparação desde o quarto trimestre de 2008, auge da crise internacional, informou o IBGE.
De acordo com José Maria, o resultado desse menor consumo das famílias contribuirá para um menor crescimento econômico e com reflexos no mercado de trabalho como demissões em setores que tiveram maior retração no consumo. “Essa situação também contribui para uma menor arrecadação de impostos aplicados sobre o consumo, justamente no momento que o governo faz um esforço em ampliar a arrecadação.”
O diretor administrativo da Rede Forte de Supermercados, Denilso Baldo, observa que o consumo das famílias nos estabelecimentos do grupo se mantém estáveis desde o início do ano. Ele disse que a estratégia, por enquanto, é retenção de margens, para impedir que os preços subam nas prateleiras dos supermercados. “Além disso, nossa região tem o diferencial de que a agricultura é forte, com produção de leite e uma super safra de grãos. Isso ajudou a segurar a economia aquecida. Agora, é evidente que tivemos aumentos, como a elevação de 50% no ICMS em mais de 95 mil itens no Paraná.” 
Conforme Baldo, algumas lojas que adotaram novos programas de gestão conseguiram até elevar a receita no período. “Os empresários estão reduzindo o consumo de energia elétrica, telefone, água, evitando desperdícios e trabalhando com margens reduzidas para não prejudicar o consumidor.” O IBGE anunciou ontem que o PIB brasileiro recuou 0,2% no primeiro trimestre deste ano em relação ao quarto trimestre de 2014. Na comparação com o primeiro trimestre de 2014, o PIB caiu 1,6% no primeiro trimestre deste ano. (*Com informações da Agência Estado).

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