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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Crise dificulta situação das empresas e aumenta número de falências na região

O número de empresas fechando as portas cresceu 41% em Francisco Beltrão e 55% em Pato Branco.

A constituição de novas empresas, exceto MEIs (Microempreendedores Individuais), teve uma queda de 8,8% no Paraná de janeiro a maio deste ano, em comparação com o mesmo período de 2014. Foram abertas 17.779 contra 19.493 do ano passado.
Seguindo a lógica, a extinção de empresas e filiais no estado cresceu 22,4% nos primeiros cinco meses, subindo de 12.922 para 15.813, conforme estatísticas da Junta Comercial do Paraná. O modelo de pessoa jurídica que mais faliu foi o de Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI), que aumentou em 92% o número de extinções, de 131 para 251.
Se considerar todo o país, o resultado no primeiro semestre é ainda pior. Comparando somente o número de falências de junho deste ano com junho do ano passado, houve acréscimo de 82%.
Segundo os dados da Boa Vista SCPC, os pedidos acumularam alta de 9,2% no 1º semestre de 2015. Somente em junho foram 159 solicitações, uma alta de 16,9% sobre maio e 39,5% em relação a junho de 2014 (dados do Serasa); destas, 40% são do setor de serviços; 34% da indústria e 26% comércio.

Novas empresas
Na agência da Junta Comercial de Francisco Beltrão a queda de janeiro a maio na constituição de novas empresas é de 29%. Se comparar com o mesmo período de 2011, a redução atinge 56%. Em Pato Branco, no mesmo período, foram abertas 171 empresas (-31%) nos primeiros cinco meses de 2015. 
Falências na região
O número de empresas fechando as portas cresceu 41% em Francisco Beltrão e 55% em Pato Branco. A agência da região que mais registrou falências foi a da fronteira, em Santo Antônio do Sudoeste, com aumento de 121%. 

Momento econômico
Franciele Antunes, especialista em Finanças e Controladoria, e responsável técnica do Centro Integrado de Apoio a Projetos Empresariais (Ciape) da Unipar, afirma que o cenário com maior número de falências é resultado do momento econômico do país. “As receitas das empresas estão diminuindo neste ano e os custos permanecem iguais ou até estão aumentando, ou seja, isso reduz a capacidade de geração de caixa na empresa, logo as sucessivas elevações das taxas de juros e as restrições de crédito tornam o empréstimo mais difícil, assim a empresa continua no vermelho.” De acordo com ela, este acúmulo de dívida faz com que os credores recorram à justiça para pedir a falência. “O que torna essa situação ainda mais grave é que as empresas que decretam falência precisam dispensar seu pessoal, o que contribui para a estatística de desemprego, outro grande problema.”

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Inovar para antecipar dificuldades
O professor Sérgio Bueno Fernandes, coordenador do curso de Administração da Unipar, salienta que os empresários precisam se atentar mais ao planejamento de seus empreendimentos. “Esta crise está anunciada há algum tempo, portanto, não é intempestiva. A razão que muitas empresas quebram está na sua fragilidade financeira, a falta de planejamento e acúmulo de trabalho (burocrático) para o principal gestor da empresa. Se juntarmos tudo isto, pronto, está feita a fórmula para se quebrar uma empresa.” No entendimento dele, o gestor (principal) deve destinar a maior parte de seu esforço na empresa para planejar, estudar a economia do mercado e do segmento que atua, ver como estão seus concorrentes e depois de tudo isto inovar. “Inovar significa se antecipar às dificuldades também.”

Hora de se adaptar
O empresário Ricardo Toseto Ciquelero lembra que o momento sugere que os administradores segurem os investimentos, façam os cortes de custos necessários, até mesmo com demissões se for necessário, para evitar que a empresa quebre. “As crises são darwinianas, só os mais adaptados sobrevivem”, sentencia. 

Constituições de empresas e filiais (comparação entre janeiro e maio de cada ano)

Agência Junta Comercial………. 2011…….. 2012……… 2012……… 2014……….. 2015…. Variação %

Francisco Beltrão……………………. 447………. 275……….. 333………. 274…………. 195………. -28,83%

Pato Branco…………………………… 288………. 220……….. 233………. 247…………. 171………. -30,77%

Santo Antônio do Sudoeste………….. 0………… 68……….. 169………… 96…………. 148……….. 54,17%

Dois Vizinhos………………………… 168………. 156……….. 164………. 177…………. 112………. -36,72%

Capanema……………………………….. 0………. 112……….. 124………. 142…………… 68………. -52,11%

Palmas………………………………….. 69………… 66……….. 100………… 91…………… 59………. -35,16%

Coronel Vivida……………………….. 118………. 150……….. 135………… 98…………… 53………. -45,92%

Chopinzinho……………………………… 0………….. 0………… 25………… 25…………… 21………. -16,00%

São João…………………………………. 0………….. 0………….. 0………….. 0…………… 21…………………. 

                                                                                                                                                    

 Extinção de empresas (comparação entre janeiro e maio de cada ano)

Agência Junta Comercial………. 2011…….. 2012……… 2012……… 2014……….. 2015…. Variação %

Francisco Beltrão……………………. 181………. 121………… 87………… 71…………. 100                   40,85

Pato Branco…………………………… 115………… 93………… 86………… 77…………. 119                   54,55

Santo Antônio do Sudoeste………….. 0………… 30………… 36………… 34…………… 75                 120,59

Dois Vizinhos………………………….. 55………… 66………… 59………… 32…………… 38                   18,75

Capanema……………………………….. 0………… 63………… 40………… 56…………… 41 –                26,79

Palmas………………………………….. 24………… 16………… 23………… 26…………… 20 –                23,08

Coronel Vivida…………………………. 39………… 35………… 50………… 42…………… 14 –                66,67

Chopinzinho……………………………… 0………….. 0………….. 8………….. 5…………….. 2 –                60,00

São João              0             0             0             0             14           

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