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O ciclista Daniel Mendes, 25, morador de Florianópolis (SC), está percorrendo o Brasil de bicicleta. Ele passou pelo Jornal de Beltrão na sexta-feira, 3, para contar um pouco de sua história.
O rapaz está na estrada desde o dia 1º de abril e, neste período, percorreu mais de mil quilômetros. Daniel diz que trabalhava na capital catarinense como entregador de comida, usando sua bicicleta como meio de transporte. Fez isso por algum tempo e depois encontrou trabalho num escritório, mas não se adaptou. Foi quando decidiu que queria sair, conhecer novos lugares de bicicleta.
Aproveitou a família reunida no dia 31 de dezembro e contou sobre sua nova aventura. Todos apoiaram. O projeto inicial era rodar apenas em Santa Catarina, mas expandiu o roteiro para todo Brasil. A ideia, a princípio, é subir até Minas Gerais e depois descer pelo litoral brasileiro de volta para sua casa. Desde Chapecó (SC), Daniel tem sido recebido nas cidades por grupos de ciclistas, que admiram a coragem e incentivam sua jornada.
Em Francisco Beltrão, ele ficou hospedado na casa de Ariclenes Dambroz, presidente da Associação Beltronense de Ciclistas (ACB). Em seguida, iria para Dois Vizinhos, onde também seria recebido por ciclistas. “Eles vão se avisando pelos grupos de WhatsApp e esse apoio tem sido muito importante.”
Algumas histórias para contar
Em pouco tempo na estrada, Daniel passou por poucas e boas. Subindo a Serra do Rio do Rastro teve medo de morrer, um frio intenso, muita neblina e, para piorar, a via é estreita e o tráfego constante. Foram oito horas para concluir a subida. Uma outra história da qual se recorda, ocorreu numa pequena cidade, onde foi proibido de pernoitar na praça por algumas autoridades.
Quando o prefeito ficou sabendo pagou um quarto de hotel e no outro dia pela manhã lhe chamou no gabinete para pedir desculpas pelo episódio em nome do município.
Na bagagem: um sonho, arroz e ovo
Daniel tem uma bicicleta de 18 marchas com bagageiros de alumínio na frente e atrás. O peso de sua bagagem e mais o da bike é de 45 quilos. Ele roda, em média, 35 quilômetros por dia.
A sua programação leva em conta um cálculo estimado de R$ 20 por dia para sobreviver. A alimentação, basicamente, é arroz, ovo, lentilha e sardinha. Ele tem utensílios que permitem cozinhar alimentação simples e rápida. Leva barraca térmica e saco de dormir.
O jovem ressalta que tem encontrado muita solidariedade pelo caminho. Muitas pessoas que lhe fazem doações para continuar a viagem. Ele também vende adesivos e pede patrocínios de empresas, que depois são divulgadas em suas redes sociais.