Geral

Artur Ernesto Pinto Salgado faleceu há 41 anos, dia 5 de maio de 1980. Natural de Portugal e por isso também conhecido como Português, era pioneiro de Francisco Beltrão, veio com a Cango (Colônia Agrícola Nacional General Osório) no fim dos anos 40. Após sua morte, chegou a figurar como nome de rua. A proposta era mudar a Rua Guaporé para Rua Artur Pinto Salgado, mas a população não aceitou e a via continua como Guaporé, nome que recebeu ao ser aberta nos anos 50, como homenagem ao município gaúcho de onde vieram muitas famílias para trabalhar na indústria de madeiras Camilotti.
Essa foi uma tentativa frustrada, entre muitas que deram certo em mudança de nome. Basta citar a atual Tenente Camargo (paralela à Guaporé), que era Rua Londrina; a atual Antônio de Paiva Cantelmo, que era Rua Rio de Janeiro; a Romeu Lauro Werlang, que era Rua Amazonas; a Prefeito Guiomar Lopes, que era Rua Santa Catarina, e assim várias outras.Todas essas, e outras também, mudaram de nome para prestar homenagem a pessoas marcantes na história da cidade. Mas tem várias outras ruas que precisam mudar de nome porque têm causado problemas de localização. São aquelas que têm interrupção, por “pular” uma quadra ou um morro.
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É o caso de seis ruas paralelas: Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás, Alagoas e Antônio Carneiro Neto. Começam no Bairro Alvorada, atravessam o Bairro Nossa Senhora Aparecida, são interrompidas pelo Morro das Antenas e continuam no Bairro São Cristóvão.
Tem casos como a Rua Ponta Grossa que é interrompida pela empresa Camilotti; a Elias Scalco que é interrompida pela quadra dos barracões da Comfrabel; a Clevelândia que é interrompida pelo Morro do Tabor. Grandes transtornos acontecem, por exemplo, quando um caminhão, guiado pelo GPS, chega num ponto final e a rua continua no outro lado do morro.
Mudança traz complicações?
Um dos motivos para não mudar nome de rua é o transtorno causado às empresas e moradores. Uma vez divulgado um endereço, fica difícil anular.Um exemplo de reclamação de moradores vem de uma rua de apenas uma quadra, no Bairro São Miguel. A original Rua Caeté mudou oficialmente para Rua Eucádio da Silva dia 14 de março de 2003, data em que o então prefeito Vilmar Cordasso homologou a Lei 2956 aprovada pela Câmara, de um projeto do vereador Paulino Pietrobom.
O morador José Antônio Faustino Neto (aposentou-se pela Empretec) diz que “no cartório, até hoje está tudo registrado no nome da Rua Caeté, acho que foi um serviço muito mal feito”.Vizinhos de frente, Frederico e Julieta Balbinot (também aposentados) dizem que, 18 anos após a mudança do nome da rua, estão ainda com dois endereços: “A conta da água vem na Rua Caeté e a conta da luz, na Rua Eucádio da Silva”.
Eucádio, uma homenagem merecida
Paulino Pietrobom disse ontem ao Jornal de Beltrão que, fosse hoje, ele apresentaria novamente o projeto, porque foi um pedido da comunidade a uma pessoa que merecia ser mais lembrada que um simples nome indígena para a rua.No próximo domingo completam-se 21 anos da morte de Eucádio da Silva. Ele estava com apenas 26 anos, morreu de câncer. Deixou esposa, duas filhas pequenas e uma lacuna na comunidade. Mais velho de uma família de oito irmãos (filhos de Nestor Arteno e Derçonê de Mello e Silva), era um jovem “muito prestativo, na catequese, no grupo de jovens, na política, uma pessoa bem presente”, como define seu irmão Luíz Carlos.
Dezenas de pedidos
A mudança do nome de Rua Santa Catarina para Avenida Prefeito Guiomar Lopes foi de um projeto do então vereador Cleber Fontana, hoje prefeito reeleito de Francisco Beltrão. O prefeito Cleber informa que já recebeu dezenas de pedidos para mudança de nomes de ruas, mas até hoje não fez nenhum projeto.
Na Câmara, também não há projetos em tramitação com esse objetivo, informa o presidente Quintino Girardi. Mas os vereadores também têm muitos pedidos para apresentar, um é para mudar o nome da Rua do Seminário, no Jardim Seminário, para Bispo Dom Agenor Girardi.
