O reajuste das faturas de energia elétrica das residências foi superior a 50% neste ano. Muitos consumidores sentiram no bolso o impacto do aumento e a opção mais viável foi economizar. Em Francisco Beltrão, levantamento da Copel indica que o consumo residencial apresentou redução no consumo em maio (-3,81%), junho (-5,33%) e julho (-1,53%) em comparação com o mesmo período do ano passado. Se considerar o semestre todo, o consumo em 2014 foi de 33.046 megawatts contra 33.098 mwh de 2015 (0,16%).
A média de unidades consumidoras residenciais subiu nos sete primeiros meses deste ano de 26.882 para 27.997 (4,15%). O gerente da agência da Copel de Francisco Beltrão, Rubens José Gorris, salienta que o crescimento do número de unidades consumidoras está dentro da média que vem se repetindo nos últimos anos.
Contudo, com a recessão econômica, deve ocorrer uma estabilização nos próximos meses no surgimento de novas casas e apartamentos. A primeira queda no consumo de energia elétrica no município foi registrada em fevereiro (-6,33%), mas nos dois meses seguintes voltou a subir. Rubens observa que o consumo cresceu bastante nos últimos anos em virtude da melhoria das condições econômicas das famílias.
Todo mundo economizando
O jornalista Evandro Carlos Artuzi conta que adotou medidas em sua residência como redução do uso do ar-condicionado, do tempo de banho, fez a substituição de lâmpadas e a família evita manter luzes acesas em ambientes desocupados. O esforço ajudou a reduzir a conta de R$ 315 para R$ 191 mensais, mas em setembro voltou a subir para R$ 265. Conforme disse, até o mês de abril o valor médio da fatura era de R$ 135, mesmo utilizando com frequência o ar-condicionado.
A auxiliar administrativa Kétima Kelly Campanhollo também viu o preço da energia subir em sua casa. De R$ 68 foi para R$ 101 (48,53%). “Pra começar, troquei minhas lâmpadas comuns para as de led, que são mais econômicas, estou cuidando mais pra deixar as lâmpadas que não estou usando sempre desligadas e nossos banhos são mais rápidos.”
A secretária Adriana Carina declara que ficou assustada com os reajustes em 2015. “Como moro sozinha, não gastava praticamente nada, mas de um mês para o outro subiu demais e tive que optar, primeiramente, pela mudança de residência.” Ela buscou uma moradia menor para reduzir os custos e passou a economizar não só na energia, mas também em compras supérfluas.
Consumo industrial
O número total de consumidores, incluindo residencial, industrial, comercial, agrícola e setor público, cresceu 3,46% (de 34.659 para 35.859). O consumo, porém, aumentou 26,51% (de 105.966 mwh para 134.061 mwh). O que motivou o crescimento foi o consumo industrial, que subiu de 21.801 mwh para 48.603 mwh (122,94%). Até fevereiro a média de crescimento mensal era de 3,3%, no mês seguinte a elevação foi de 162,29%.
O gerente da Copel informa que uma indústria do ramo de alumínios que tinha parte de sua operação em Palmas transferiu a produção toda para Beltrão, essa seria uma das explicações para o crescimento do consumo.
Liberdade de escolha
Sete de cada dez brasileiros querem liberdade de escolha do seu fornecedor de energia elétrica, do mesmo modo como contam com a possibilidade de selecionar a sua operadora de telefonia celular. Pesquisa encomendada ao Ibope em todo o país pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) revela que o desejo da portabilidade da conta de luz saltou de 66% no ano passado para 72% da população em 2015. Os cidadãos da classe AB, com rendimento acima de cinco salários mínimos, e a população com curso superior e moradora de regiões metropolitanas representam os segmentos mais propensos a adotar a liberdade de escolha no setor elétrico.