
Para ter um animal de estimação sempre é necessário muito cuidado, pois ele é dependente do dono para se alimentar, para cuidados médicos e para receber muito carinho. Se toda dedicação é preciso ter quando o pet é saudável, imagina quando ele tem algum problema físico. Francisco é um cãozinho que foi adotado por Andrieli Cikoski, em fevereiro. Ele foi vítima de atropelamento e resgatado pela ONG Arca de Noé.
A história de Andrieli e de Francisco é um exemplo de muitas situações semelhantes, das quais os donos precisam enfrentar muitas coisas para cuidar do animal com problemas. Quando Francisco foi adotado ele não tinha os movimentos das patinhas de trás e não tinha o controle do xixi e cocô. Na época, os veterinários disseram que ele teria que ter cuidados especiais para o resto da vida, como usar fraldas e tentar adaptá-lo a uma cadeirinha de rodas.
Com o passar do tempo e exercícios de fisioterapia, Francisco se recuperou e consegue andar e correr. Segunda a dona, ele anda meio tortinho, “mas se vira”. A sua situação atual não se parece nem um pouco com a que ele se encontrava há alguns meses, quando se falava que era necessário ser feito uma eutanásia e estava com a coluna quebrada.
“Os veterinários diziam que ele não ia ter uma vida boa e teria que receber cuidados especiais para sempre. Quando Francisco veio morar aqui em casa, ele só se arrastava e eu precisava dar banho nele todos os dias, porque ele usava fraldas e muitas vezes se sujava muito. Com o passar do tempo, eu percebi na hora do banho que ele erguia a patinha, que tinha algum reflexo, então aprendi alguns exercícios de fisioterapia para fazer nele”, conta Andrieli.
E foi com os exercícios de fisioterapia que aos poucos as perninhas dele voltaram a ter os movimentos. Mas, Francisco manhoso, se aproveitou da situação e quando via a dona continuava se arrastando, com a intenção de ganhar colo, o que já mudou e se vira até com degraus.
Aos poucos, ele também reaprendeu a segurar as suas necessidades fisiológicas naturalmente. “No início foi difícil, ele queria tirar a fralda e para colocá-la era preciso fazer o buraco bem certinho para passar o rabinho. E, foram cinco meses para as perninhas sararem totalmente e foi todo esse tempo fazendo curativos”, lembra Andrieli.
Para conseguir ficar com Francisco, Andrieli precisou enfrentar a família. “Eu fiquei três dias sem dormir, porque ninguém me apoiou em casa. Chamavam-me de louca, diziam ‘onde já se viu, ele vai ficar aleijado’, mas por outro lado algumas pessoas me ajudaram, com ração, com a casinha especial para ele”, comenta a dona.
A casinha de Francisco foi feita adaptada para ele, com um piso liso para ele poder se arrastar. A casinha foi Márcia Cristina quem deu e Sebastião Rodrigues ajudou a adaptá-la. “O Francisco precisava ficar em um lugar onde ele se arrastasse e não se machucasse, aí eu e uma amiga fizemos uma, mas não deu muito certo, então o Sebastião foi lá em casa e ajudou a fazer essa que ficou perfeita”, relata Andrieli.

Dida vive sem uma das patas
Dida é a cachorrinha de Karina Griggio Hotz. Ela não exige cuidados especiais de seus donos, exceto o lugar onde ela dorme, pois se no local houver buracos e por acaso ela prenda a única pata traseira, isso a desequilibraria e poderia a machucá-la. Na hora do banho ela também precisa de mais atenção, porque a dona não pode erguer a única para traseira de Dida, senão ela cai.
“Fora isso, ela corre e brinca até mais do que os cachorros com quatro patas. Acho que ela nem sabe que é ‘deficiente’. Quando ela foi encontrada, a perna já estava necrosada e ela estava comendo a própria perna”, lembra Karina.