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Francisco Beltrão
sábado, 24 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Desafios enfrentados pelos pais de autistas

Gabriel, 3 anos e 7 meses, até respondia, mas se tratava de ecolalia tardia e não interação.

Marcos Henrique Girardi e Camila Aline Caum, pais de Gabriel Caum Girardi, 3 anos e 7 meses.

Quais os desafios que os pais de autistas precisam enfrentar? “Nosso maior desafio é o diagnóstico”, responde Camila Aline Caum, mãe Gabriel Caum Girardi, 3 anos e 7 meses, confirmando o que já foi publicado na matéria “É longa a caminhada para definição do diagnóstico de autismo”, publicada dia 24. “Gabriel ingressou pra avaliação no Cemaem no início da pandemia, tivemos um mês de atendimento presencial e daí começou toda a loucura, então nos vimos sem intervenção, sem acompanhamento presencial e sem ter noção alguma do que estava acontecendo.

Com suspeita, sem laudo, você nem sempre consegue atendimento. No início deste ano, fomos com uma nova doutora e acredito que dessa vez a gente consiga laudar, para poder encaminhar para os profissionais e terapias que ele necessita”, diz Camila.

Ela conta que Gabriel sempre foi uma criança muito tranquila, mas, próximo dos 2 anos de idade, ele começou a ficar irritado e ter crises. “Na época, achávamos que era birra, mas não parava nem quando dávamos o que ele queria. As crises levavam muito tempo pra acabar.” Além disso, ele sempre teve dificuldade de fazer contato visual, mas a família acreditava se tratar de timidez.

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“A fala não vinha. Ele repetia cores, números e objetos em inglês, português e russo, mas não respondia e as crises foram ficando piores, então comecei a questionar se era falha na comunicação, só que na escola ele cantava música e repetia o que a professora dizia, então ficávamos confusos.”

No fim de 2019, ele regrediu, passando a ficar mais isolado. O sinal de alerta acendeu em janeiro do ano passado, durante a festa da avó, onde só tinha pessoas que ele já conhecia e, mesmo assim, ele não interagiu. Foi então que os pais procuraram a pediatra dra. Franciely Romero, que os encaminhou para avaliação.

“Àquela altura, já tinha muitos sinais evidentes. Quando passamos a observar as filmagens e fotos de antes achamos os sinais sutis que passaram. Achávamos que era da personalidade dele ser tímido e na verdade era o autismo, estava lá.”

Na realidade, Gabriel não falava; ele reconhecia e respondia coisas específicas, mas não sabia dizer coisas simples. “Quem via ele na escola dizia que ele se comunicava normalmente, pois ele tem ecolalia tardia, então em alguns momentos ele estava replicando os desenhos que via e parecia que ele estava contando. Levamos um tempo para entender isso, pois ele só replicava.”

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Empenho dos pais
Para contribuir com o seu desenvolvimento, Camila e o marido Marcos Henrique Girardi passaram a adaptar atividades sensoriais e fonológicas. Gabriel faz apenas Equoterapia, na Unisep, para trabalhar as funções motora e sensorial.

“O projeto é muito bacana e de graça, porém estamos parados devido o aumento de casos de Covid.” 

Camila acrescenta que está fazendo curso de aplicador ABA pra poder trabalhar com ele em casa. Até 2020, Gabriel estudava no Colégio Militar Vida e Ensino. “De lá também saiu grande parte do apoio que tivemos ano passado, mas este ano como não temos condição e ele ainda não tem idade de obrigatoriedade, pois faz aniversário em agosto, ele irá no Cemaem, se tudo der certo”, destaca Camila, que trabalha no setor de eventos e sofre com a realidade da pandemia. 

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